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Cultura

“QUARTETO”: UM CONFRONTO ENTRE PASSADOS LIBERTINOS

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Desenrolando-se entre a Revolução Francesa (1782) e a Terceira Guerra Mundial (prevista acontecer em 1981), é a marca do tempo que medeia a trama em que vivem as duas personagens: o tempo cronológico em que a peça foi escrita, e o tempo que durou, e o natural envelhecimento dos corpos vivos. “Odeio as coisas passadas, a transformação acumula-as” – protesta Valmont. Valmont e Merteuil lamentam a perda das virtudes da juventude das suas figuras, recordando as relações adúlteras e trazendo à cena várias outras personagens que são meras encarnações e revivências. Enquanto o fazem, continuam a envelhecer e a sentir-se diminuídos nas suas capacidades. Desabafam, discutem e acusam-se, mas em vão, o tempo já não é o mesmo, e o que já lá vai não volta; ciúmes das presas, ciúmes de si próprios noutros tempos, mas com prazer.

O drama psicológico adensa-se ao longo de todo o decorrer da peça. Embora o muito complexo e multifacetado enredo, o diálogo das personagens segue uma linha lógica que permite a compreensão do enredo e o acompanhamento do desenrolar da história nas suas diferentes fases. Também permite compreender quem são as personagens, pelo que passam e como lidam com os seus casos.

Para maiores de 16 anos, “Quarteto” estará em cena até dia 7 de fevereiro: às 4as feiras às 19h; de 5ª a sábado às 21h; e domingo às 16h. Seguirá para Lisboa, no CCB, de 18 a 21 de fevereiro.

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