Cultura

GRIGORY SOKOLOV E UM PIANO ENCHEM CASA DA MÚSICA

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O programa para a noite (8) era composto simplesmente por dois nomes: Schumann e Chopin. Podia tratar-se de um programa simples, mas não o era.

A proposta de Schumann era direta: um arabesco e uma fantasia tripartida. Esta última, dedicada a Liszt, recusada por muitos editores, composta por três andamentos, e publicada em 1839. Apenas a sensibilidade e dinâmica de Sokolov elevaram o estatuto de Schumann a um nível celestial. A variações entre o fortíssimo e o pianíssimo súbito, assim como o uso austero do pedal de suspensão (uma marca deste pianista, que assim torna as frases e expressões mais claras) trouxeram Schumann a um patamar até agora apenas acessível aos compositores sinfónicos.

Se a primeira parte foi boa, a segunda prometia. Desta vez era Chopin, pico do piano romântico. Quando falamos em Noturnos, o único compositor que nos vem à cabeça é, provavelmente, Chopin, e foi exatamente com duas dessas peças que começou. Melodias pesadas, em que a destreza do pianista assim também como a sua sensibilidade são exaltadas.

Seguiu-se a Sonata nº2 em Si bemol menor, uma das peças que contém um dos movimentos mais expressivos da história da música: a Marcha Fúnebre.

A noite não acabaria sem seis encores e sucessivas ovações de pé para o pianista de São Petersburgo que, apesar de já contar com 65 anos, passou o seu décimo oitavo aniversário precisamente no Porto, com dois concertos no Rivoli.

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