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Cultura

PORTUGAL FASHION DE VOLTA À INVICTA

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Fora do habitual, a abertura do evento foi entregue aos alunos do curso profissional e técnico de Design de Moda: Arte Moda by Casa Pia. Cada um desfilou três coordenados, comprovando que o talento dos jovens designers é algo por descobrir na moda portuguesa. Os habituais titulares Storytailors foram os segundos a apresentar a coleção: “A caminhada da Viúva Branca”. Com cortes e motivos que sugeriram conchas, espirais e escamas, a dupla apresentou coordenados que eram facilmente relacionados com a neve e com o gelo à moda de “A Guerra dos Tronos”. De seguida à HIBU, o palco principal deu lugar a Susana Bettencourt e ao Estelita Mendonça. Susana, inspirada no primeiro contacto do ser humano com a arte, combinou a ingenuidade e o conhecimento e apresentou a coleção “ORIGENS”. Estelita, em busca das construções à disposição do homem, voltou “à função inicial das peças: a proteção do ser humano” e utilizou tendas de campismo e cobertores de papa, aproveitando a oportunidade para abordar, através da sua arte, a problemática dos refugiados e das condições que estes têm de enfrentar. Para terminar o primeiro dia, Alves/Gonçalves apresentou uma coleção de confrontos: oversized vs longilíneo, dialeto feminino vs masculino, simplicidade vs austeridade vs urbano, ordem vs desordem e baço vs brilho, com materiais leves e tons escuros como preto, vermelho e azul profundo.

Com as malas feitas, o evento dirigiu-se até ao Porto para os três principais dias de desfiles. Júlio Torcato abriu o CEIIA com uma coleção urbana e contemporânea, fundindo a estética minimalista e a clássica e apostando no sportswear, industrial wear e formal wear em marinho, preto e bordeaux. De seguida, surgiu Pedro Pedro com “L’ETRANGÈRE”, uma coleção bruta, urbana, anti-glam, com silhuetas agigantadas e volumetrias generosas que privilegiavam os cortes assimétricos das peças invernosas com motivos axadrezados e vichys. Logo após a coleção oversized e moderna de Hugo Costa, surge a estreia do Portugal Fashion: Pé de Chumbo. Uma coleção diferente da qual faz parte uma mistura entre jogos grossos de fios de lã e a delicadeza de rendilhados. O dia foi encerrado por Fátima Lopes e contou, ainda, com a apresentação da coleção da Anabela Baldaque.

O segundo dia do evento, em que espaço BLOOM abriu portas na alfândega do Porto, foi iniciado por Carla Pontes e Mafalda Fonseca, seguida de Maria Kobrock, que apresentou uma coleção inspirada pelos ‘Joiners’. Logo após Daniela Barros apresentar a “NKD_2016”, surge Sara Maia que explora as duas vertentes do conservador e do revolucionário através de materiais naturais e tradicionais (como lã e fazendas) descontraídos.  Uma das surpresa deste ano foi a integração da “Mozambique Fashion Week” com Ideias a Metro, Omar Adelino e Zhaazia Adam que apresentaram coleções que refletiam a fusão da cultura Moçambicana através dos tecidos tradicionais e padrões. Pela segunda vez consecutiva, Elsa Barreto apresentou a sua coleção no Portugal Fashion, desta vez intitulada de “DRAMA”. Seguiu-se Inês Marques com uma coleção de “duas faces” inspirada numa obra de Sebastian Bienek. Carlos Gil apresentou “Ecletic” e Tiago Silva, da [UN] T, com a coleção “nil ROUD all”. Mesmo antes da pausa para jantar, Diogo Miranda apresentou uma coleção inspirada em Josef Hoffmann, mais concretamente na arquitetura moderna. Após Luís Onofre, marca e rosto de sucesso no mercado do calçado português, abriram-se as portas ao Concurso Bloom no qual participaram Amorphous, Beatriz Bettencourt, David Catalan, Fii, Inês Maia, KDI, Patrícia Shim e Sara Marques, sendo que a coleção consagrada vencedora foi a apresentada por Carla Alves, Amorphous, inspirada na luta pela igualdade de direitos das mulheres, tendo sido considerada um manisfesto. Para encerrar o dia, Miguel Vieira apresentou “Cor”.

O último dia começou no Museu do Carro Elétrico por Luís Buchinho, que apresentou uma coleção inteiramente inspirada em peças de puzzle a três dimensões. Já na alfândega, Nuno Baltazar foi o primeiro do dia com a “CIRCUS” que é caracterizada por silhuetas, comprimentos, texturas e cores múltiplas. De seguida, o espaço abriu-se para a indústria de calçado português, representada por JJ Heitor, Ambitious, Fly London, NOBRAND, J. Reinaldo e DKODE. Já a indústria contou com nomes como Mad Dragon Seeker, Concreto e Cheyenne. As luzes do Bloom acenderam, pela primeira vez nesse dia, perante a coleção de Eduardo Amorim, continuação da Untold, baseada numa sática sobre a indústria têxtil e surge devido à utilização excessiva de recursos têxteis e à exploração da mão de obra infantil. Logo após Ana Sousa apresentar “Timeless”, KLAR mostrou uma coleção que responde de forma crua e instintiva ao ambiente social com uma influência aberta dos millenial e um pensamento ecológico. Katty Xiomara, com “Neo Expeditioners” antecedeu a Pedro Neto que apresentou “LEAP”, uma coleção inspirada numa obra de arte de John Collier que tinha como referência Lady Godiva, pretendendo transmitir o luxo utópico e a sumptuosidade através dos tecidos. Alexandra Moura captou as atenções da noite com a “WoMan” que questiona o género porque “em todo o indivíduo vive uma guerra misógina”. Este último dia terminou com grandes marcas portuguesas: Dielmar, Lion of Porches e Vicri, na que foi a 38ª edição do Portugal Fashion.

 

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