Cultura

PARTY SLEEP REPEAT DIA 2

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Para quem se estreava em terras “São Joaninas Madeirenses”, os Ganso pareciam já conhecer todos os cantos da casa. Não pareciam era ser muito fãs de moda. Não assumam isto como uma crítica negativa, aliás, é antes uma crítica bem positiva, porque os Ganso são outra coisa para além de moda. Vamos lá pegar em mais uma saia de ganga e uns óculos de natação por favor, que há um concerto para dar. Para os que ficaram em casa, gostaria de conseguir explicar, mas só visto. Uma coisa é certa: o dressing code (se é que houve) foi a personalização certa para o bom sentido de humor dos Ganso.

“Tudo alright em San Juan?” foi a deixa para mais uma entrada festiva e ao estilo de Ganso. O primeiro mosh da noite foi ao som de Pistoleira: um mosh amigável que desapareceu lentamente entre o instrumental preparado. A banda de Lisboa terminou com um rap e uma dedicatória à mistura. São uma verdadeira caixinha de surpresas, estes Ganso.

O segundo momento da noite ficou nas mãos de Equations. Uma banda com um estilo claramente diferente, num registo mais progressista e maturo para uma noite onde o controlo andava escondido. Os 5 rapazes do Porto trouxeram ao Party Sleep Repeat instrumentais dinâmicos e impetuosos em comunhão com uma sintonia impossível de desconectar. Todos os temas apresentados caminhavam num único sentido: poucas palavras foram ditas, mas o público, ainda assim, não se desligou. Afinal, nem sempre há que falar. Mas há que ouvir e os Equations , quanto a isso, souberam chegar ao ouvido de cada um.

Em vésperas do 25 de Abril, há que saudar os Capitães. Foi com o tema Morrer na Praia que os Capitão Fausto entraram no palco onde ninguém dorme e a festa se repete. Sinal disso foram os mosh e crowdsurfing constantes ao longo de todo o concerto que começaram logo no segundo tema apresentado: a Célebre Batalha de Formariz. Junto ao Litoral, recordam os tempos em que ficavam debaixo das saias da mãe. Esperavam eles não ter Os Dias Contados. Pelo menos, para o público os Capitão Fausto ainda têm uma vida longa. O tema que se seguiu veio “do fundo do Corazón”, disse Tomás. Bom trocadilho, bem recebido pelo público, o ambiente era o ideal acompanhado pela música ideal.

Chegou o momento de recordar o rock nunca esquecido do Gazela com a Santa Ana a abrir a pista de dança. De volta a 2016, seguiu-se o tema Tem de Ser, nada com que o público se importasse. Entre músicas mais agitadas, era necessário alguma serenidade, a que os Capitão Fausto também conseguiram chegar. Ao oitavo tema, decidiram andar a saltar entre o mais recente álbum e o Pesar o Sol. Será que o tempo do Gazela já tinha terminado? Entretanto, Tomás Wallenstein pegou na sua guitarra acústica, uma novidade em palco para os Capitão Fausto que apresentaram de seguida Alvalade Chama por Mim e Amanhã Tou Melhor. Foi com este último tema que se ouviu o público, não pela primeira vez, nem pela segunda, mas de uma forma unida: unidos entre si e com a banda.

Em resposta há questão levantada nas linhas anteriores: o Gazela não só voltou como tomou conta do encore. Supernova, Zécid e Verdade com Mil e Quinze a espreitar. Se antes do encore os Capitão Fausto despediam-se a saber que iriam voltar, depois de Verdade, este era sim o último adeus da noite. No entanto, foi um adeus à moda dos Capitão Fausto: ou com os braços no ar ou com copos de cerveja na mão, é com um sorriso na cara que a banda e o público se despedem.

A noite não terminou e para os mais resistentes houve ainda os dj set de XINOBI e Bandido$.

Pode recordar a reportagem do primeiro dia aqui

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