Cultura

É O TEMPO DO ORFEÃO

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Este ano, o Sarau do Orfeão Universitário do Porto (OUP) foi um exercício de escavação. Armou-se em etnógrafo e serviu um chá dançante com as suas raízes – oito séculos de vida e tradições académicas. Num auditório da FEUP preenchido, fazendo a ponte com o presente, bebemos os mais variados grupos do OUP.

Partimos da fundação da Universidade em Portugal, expressa através de um poema de D. Dinis; passamos pelas suas passagens Lisboa-Coimbra e Coimbra-Lisboa, cantadas pelos Grupos de Fados; chegamos à sua expanão para o Porto, reivindicada pelo Grupo de Danças e Cantares Etnográficos do Douro e pela Tuna Universitária do Porto.

Os demais orfeonistas apresentaram-se intercalados por um guião flexível: Danças e Cantares do Alentejo, do Minho, das Ilhas, Jograis, Madrigalistas e Pauliteiros, fora as mostras internacionais.

O público contentou-se com a performance, recebendo e redistribuindo a energia do palco, em comunhão. As prestações dos grupos de Cante Alentejano e Danças e Cantares da Madeira tiveram recepções especialmente efusivas.

Na superfície, o Orfeão apresentou um espectáculo cheio de boa disposição e frescura. Nos conteúdos, vimos a intensidade cultural que reluz nas suas múltiplas distinções.

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