Cultura

A PRIMEIRA “WONDERFUL CRAZY NIGHT” DO MARÉS

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O sol ainda estava bem alto na praia do Cabedelo. À medida que as horas iam avançando, o recinto começava a encher e a desordem aumentava. Na verdade, eram muitas as atrações do local, pelo que os festivaleiros se perdiam entre palcos, restaurantes e brindes. Diretamente da Irlanda chega Foy Vance, que, pelas 19h00, estreou o palco MEO. O cantor e compositor irlandês que desenvolveu a sua música viajando pela América durante a juventude, num registo que toca o folk e o rock alternativo, brindou o público com êxitos como “She burns”, “Make it rain”, ou “Guiding light”.

Conhecida por hits como Bossy ou Milkshake, chega a vez de Kelis “alimentar” a boa energia deixada pelo seu precedente, não se estivesse a falar da apresentação do seu último álbum intitulado “Food”. A vencedora de um BRIT Award e nomeada para dois Grammy Awards – que havia gravado o álbum de forma pouco convencional, entre amigos e garfadas – começou com a batida acelerada de “Millionare”, lançando posteriormente deliciosos singles como “Rumble”, “Forever be” e “Jerk Ribs” a uma plateia que não teve receio de “provar” a demonstração da sua paixão por culinária, a vida, relacionamentos e incerteza humana.

Também a famosa música “Trick me” teve lugar na atuação da cantora norte-americana, seguida de “Milkshake” – o single mais popular que foi disco de ouro nos Estados Unidos e está inserido no seu terceiro álbum intitulado “Tasty”.

No entanto, a grande e expectável surpresa ainda viria a caminho. Radiante e exuberante, o Sir Elton John entrou com os braços no ar a saudar o público, que aguardava ansioso pelo início do espetáculo. Depois de pedir para aumentar o tempo de atuação de forma a proporcionar aos fãs um grande concerto, as expectativas não poderiam deixar de ser elevadas e a vontade de viver os próximos minutos revelava-se na euforia da grande multidão que encheu o recinto. Ao som the “The bitch is back” iniciou o concerto que se prolongaria por duas horas. Após tocar a segunda música, intitulada “Bennie and the Jets”, o músico deu as boas noites ao público, acrescentando: “Obrigado por comprarem bilhete. Espero que gostem. Vamos tocar para vocês.”

Acompanhando-se sempre das teclas do piano, o britânico, de 69 anos, cantou grandes êxitos como “I guess that’s why they call it the blues”, Rocket Man” ou “Sorry seems to be the hardest word”, havendo, ainda, espaço para erguer a bandeira portuguesa e gritar Champions – atitude que arrancou fortes aplausos e muitos assobios. Pouco tempo após este momento, as teclas do piano foram premidas suavemente, deixando escapar devagar uma melodia bem conhecida. “Your Song” foi a música abraçada por cada um. Deleitado e extasiado, o público não conseguia esconder a comoção e o contentamento, provando conhecer bem o single pelo coro em uníssono. Uma forte ovação resumiu o que não seria possível descrever em palavras. “Esta música é vossa”, rematou o músico no final da melodia. Já a terminar o longo espetáculo, que contou com 22 temas, Elton John não poderia ir-se embora sem cantar a mítica “Candle in the wind”, na qual centenas de telemóveis iluminaram o ar, como velas ao vento.

Esta noite terminou com D.A.M.A., que conseguiram facilmente convencer a multidão a deixar-se ficar. A banda de Lisboa chegou com toda a sua energia e boa disposição que a caracteriza, entrando ao som de uma forte batida, enquanto perguntava: “Are you ready?”. Seguiu-se “Calma”, “Sente a minha magia” e a tão famosa balada do “Desajeitado”, na qual o público mostrou que estava à altura para acompanhar a banda do início ao fim. Também “Dialectos de ternura” dos Da Weasel conseguiu fortes aplausos, que se intensificaram aquando do término da música e da interpelação da banda: “Quem são os campeões da Europa? Somos nós! E quem é o melhor país do mundo? É Portugal!”.

Para apresentar o tema seguinte, o grupo dirigiu-se novamente à multidão: «“Eu sei” fala de sonho e nós seguimos os nossos graças a vocês. Espero que também vocês sigam os vossos e que, acima de tudo, os vivam». Conhecida por criar grande empatia, a banda provou que com os seus fãs “dá sempre”, antecipando um dos maiores êxitos da banda. Depois de uma longa e ritmada apresentação dos artistas em palco, foi revelada uma das surpresas da atuação, que recaiu num cover de “Torn”, de Natalie Imbruglia, o qual foi aprovado com distinção pelos milhares de festivaleiros. A banda não poderia ir embora sem repetir o “desajeitado”, terminando a atuação com uma nova investida na mais recente conquista de Portugal, ao reunir todas as vozes para cantar o hino nacional.

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