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Cultura

2º DIA DO MARÉS LEVANTA ONDAS DE HIP HOP, INDIE ROCK E HOUSE

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O primeiro artista a subir ao palco principal no segundo dia do Marés Vivas foi Jimmy P. O rapper de descendência angolana já tinha estado na edição do ano passado no palco Santa Casa, tendo sido recebido, este ano, com maiores e melhores vistas. “Warrior”, “Não tas a ver” e “On fire” foram alguns dos temas com os quais este descontraído e confiante músico de 33 anos brindou o público.

Mas nem tudo estava a descoberto para o primeiro concerto deste dia no palco principal. E apesar de ainda não haver sinais da noite, Jimmy P pôs a multidão a ver estrelas quando se fez acompanhar de Diogo Piçarra. “Entre as estrelas” é a música partilhada pelos dois artistas para a qual gravaram uma parte do videoclip no palco do Marés Vivas. Para terminar o espetáculo só podia estar reservada a “Amigos e Amantes” que contou inúmeras vezes com um solo afinado e bem sincronizado do público. “Façam barulho para vocês porque vocês são inacreditáveis”, despediu-se o rapper.

O final de tarde continuou na onda do hip hop com Dengaz. “Encontrei” foi o tema com que iniciou a atuação e depois de “We made it” preparou a multidão para uma “Música com alma”. Os momentos de discurso foram constantes no seu concerto aproveitando para “dar os parabéns ao Éder, porque foi um dos jogadores mais criticados, mas chegou lá e partiu a loiça” e, ainda, num tributo às pessoas que perderam a vida em França, dedicou um tema e pediu a “toda a gente que acenda uma luz, seja de isqueiro ou telemóvel”. Seguiu-se “From de heart” – famosa música que gravou com Richie Campbell – e a atuação prometida com António Zambujo, que recebeu uma grande ovação dos festivaleiros, no tema “Nada Errado”. A observar pelo entusiamo estampado na cara dos fãs estava, de facto, tudo certo, podendo mesmo afirmar-se “Tá tranquilo, tá favorável”, expressão repetida vezes sem conta no tema “Tamojuntos”.

Já o sol se tinha posto quando James Bay se apresentou a público. Com uma entrada explosiva ao som de “Collide”, o músico britânico arrebatou, desde logo, os milhares e milhares de pessoas que encheram completamente o recinto. Durante todo o espetáculo, James Bay não deu tréguas à guitarra, alimentando a brasa com “Fire” e libertando “Sparks” do leque de temas reservados para uma noite que, ainda, mal tinha começado. Pela segunda vez em Portugal, James Bay, com a sua energia e simpatia, encheu as medidas da multidão que não raras vezes assegurou sozinha partes de algumas músicas. Num registo mais intimista e com doçura na voz, o vencedor do Brit Awards Critic’s Choice cantou um dos seus maiores êxitos. “Let it go” levantou centenas de telemóveis e originou abraços nos mais enamorados.

Para terminar em grande o espetáculo estava reservada a “Hold back the river”, um tema bastante aguardado desde o início do concerto. Envergando uma camisola do Futebol Clube do Porto, o artista teve a ajuda da audiência, essencialmente feminina, para cantar a música.

Seguiu-se uma das bandas mais esperadas da noite e de todo o festival. Já com um ligeiro atraso, o grupo irlandês Kodaline foi recebido com aplausos, assobios e gritos dos milhares de fãs que os aguardavam ansiosamente. Entre longos trechos de músicas cantados com harmonia e comoção, grandes ovações aquando das múltiplas referências de Steve Garringan a Portugal, o público vibrou do início ao fim do concerto.

“Portugal, vocês são espetaculares”, disse o vocalista, de 27 anos, perante o grande entusiasmo e inquietude da multidão. De facto, “as grandes expectativas” foram bem colmatadas com “The one”, “One day”, “Love will set you free”, mas principalmente, como não poderia deixar de ser, com “High Hopes” e “All I want”. Apesar de não adotarem um registo tão energético como o seu precedente, Kodaline deu luta a James Bay, conseguindo conquistar alguns dos maiores aplausos da noite. Durante o concerto, houve, ainda espaço para recordar a vitória de Portugal quando Steve Garringan segurou calorosamente uma bandeira portuguesa e disse: “Vocês são os campeões europeus! Fantástico!”.

Para encerrar a noite do segundo dia do festival, nada melhor do que um pezinho de dança. Com um atraso de meia hora, o DJ Felix De Laet, com o seu projeto Lost Frequencies, deu sinal da sua presença. E tinha, indubitavelmente, audiência para o acolher. O recinto que viria a ser transformado numa pista de dança continuava repleto de pessoas e a transbordar de energia para gastar nos momentos seguintes de festa. Destemido e enérgico, o produtor e DJ belga proporcionou um set de misturas e remisturas, brincando com trechos de canções, em ambiente de “deep house”. Sem dar oportunidade de descanso, de olhos fechados e sorriso no rosto soltou o clássico “What is love”, de Haddaway, mas também “One more time”, dos Daft Punk e “I feel good”, de James Brown. Também “Are you with me” e “Reality”, como não poderiam faltar, fizeram grande sucesso num espetáculo que arrancou euforia e ritmo do corpo dos fãs.