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Cultura

O CURTAS VILA DO CONDE ESTE ANO JOGA FUTEBOL

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CurtasNo ano em que se realiza o Mundial de Futebol no Brasil, os holofotes do Festival de Curtas de Vila do Conde direcionam-se para a relação entre o mundo cinematográfico e o futebolístico. Nuno Rodrigues, um dos responsáveis pelo festival, explica o conceito e garante que o futebol vai funcionar como “pano de fundo”. A organização pretende criar uma “aproximação entre dois universos muito distintos”, tentando que os fãs de futebol possam interessar-se mais pelo mundo do cinema e conseguir que os adeptos do cinema consigam “descobrir o futebol com um olhar diferente, sendo que o cinema e o futebol são duas linguagens universais”.

Mas, nesta 22ª edição do Curtas Vila do Conde, nem só o futebol que vai ter destaque. A relação entre personagens e o espectador vai ser retratada nas obras de arte contemporânea de Michelangelo Antonioni. As peças do cineasta italiano vão estar expostas na Galeria de Arte Cinemática do Festival, a Solar, e integram-se no campo do cinema moderno.

O Festival deste ano, tal como em edições passadas, continua a desafiar o público. Competição Internacional, Experimental, de Vídeos Musicais e o Curtinhas, dedicado aos mais novos, são exemplos disso. O prazo de inscrição para estas competições já terminou mas ainda é possível concorrer com trabalhos para outras. É o caso das Nacional e Take One!, com data limite de inscrição o dia 23 de Maio. Na competição Nacional têm-se conseguido juntar novos realizadores com as suas primeiras obras e outros profissionais já com vasta experiência e prestígio que apresentam novas ideias. Já a competição Take One! destina-se um público mais jovem, aos estudantes de cinema e de audiovisual, e, para além do lado competitivo, promove também a formação dos alunos. Segundo Nuno Rodrigues, para esta edição “estão agendadas duas iniciativas que trazem alguns especialistas para falar sobre esta questão” visto que é necessário “não só produzir um filme mas [saber] o que fazer depois com esse filme”.

Ao longo dos 22 anos de existência do Curtas Vila do Conde, Nuno Rodrigues garante que é o “permanente recriar, repensar do festival que tem sido a sua mais-valia e lhe tem permitido evoluir, ser moderno e estar muito atento ao que acontece no mundo do cinema”. A criação de secções destinadas ao público infanto-juvenil e a fusão do cinema com a música através de filmes concerto ou performances live act são algumas das inovações distinguidas pelo organizador.

Quando questionado acerca da semelhança do Curtas Vila do Conde para as curtas-metragens como Cannes para os filmes, Nuno Rodrigues afirma: “é um grande elogio, deixa-me extremamente satisfeito mas, pessoalmente, acho que há um certo exagero.” Vê os dois festivais como dois universos diferentes e apesar de reconhecer que é um dos grandes festivais de Curtas do Mundo, não o considera o Cannes das curtas-metragens. “Obviamente é muito conhecido pela qualidade da programação, pela qualidade do trabalho, precisamente pela reinvenção”, garante.

O Curtas Vila do Conde ainda se encontra numa fase de preparação mas a organização garante que esta 22ª edição vai contar com uma aposta muito grande tanto a nível nacional como a internacional. É esperada uma boa receção por parte do público àquela que é considerada uma das principais montras de divulgação de curtas-metragens.

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