Cultura

O PRIMEIRO DIA NO “COURAÍSO”

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No dia de abertura, concentramos as atenções no palco principal –  o Palco Vodafone – o único que
hoje se ilumina. Começa-se ao lusco fusco, com We Trust ft. Corra All Stars. A banda de André
Tentugal, em conjunto com os coros, sopros e cordas dos All Stars, dava o mote para uma noite
que, à conta do frio minhoto, se antecipava como fria, com a esperança de o calor da música
aquecer não só as mentes mas também os corpos.

Seguem-se os calmos Best Youth, com a doce voz de Catarina Salinas a ecoar pelas árvores do
habitat natural da música, chamando cada vez mais público para o palco. A banda de Ed Rocha
Gonçalves e Catarina Salinas veio a Paredes de Coura apresentar o seu álbum de estreia “Highway
Moon”, mas é com o single de 2011 “Hang Out” que o público que deles se aproxima, nesta noite
fria, se mostra mais participativo.

Eis que surge o super grupo Minor Victories. Stuart Braithwaite dos Mogwai, Justin Locke dos
Editors, o seu irmão James e Rachel Goswell, dos Slowdive, preenchem esta composição de rock
alternativo que espelha as vastas referências musicais que cada um dos elementos traz na
bagagem. Uma receita bem concretizada e que ao vivo reflete qualidade e mestria, talvez
merecedora de um pouco mais atenção por parte do público.

O relógio bate os 15 minutos após a meia noite e surge em palco a fúria dos Unknown Mortal
Orchestra. A banda de Ruban Nielson é bem querida pelo público português e a força da sua
performance não se deixa passar despercebida. A apoteose chega nos êxitos Multi-Love, So Good
At Being in Trouble e na última música interpretada, Can’t Keep Checking My Phone. Nielson
presenteou ainda o público com um crowdsurf enquanto cantava, sendo recebido de braços
abertos. Um concerto certamente explosivo para os fãs, não deixam de impressionar quem não os
conhece.

A fechar a noite em bom portugues, os grandes Orelha Negra. O mítico grupo de hip hop sem
vocalista, composto por Sam The Kid, João Gomes, Francisco Rebelo, Fred e Cruz Fader. 5 em 1
fazem a magia no palco natural da música. Quem não conhece, mostra-se confuso com os
samples usados para comunicar com o público, os restantes sabem que é aí que reside a
essência que os distingue dos restantes, hip hop sem voz ao vivo. “Isto é Orelha Negra 2016” – e
ninguém parou de dançar até ao último beat.

 

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