Cultura

MARCELO JENECI TROUXE O MELHOR DA VIDA À CASA DA MÚSICA

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“Quarto de Dormir” foi a música escolhida para abrir o concerto. Ao piano, Marcelo canta como se contasse uma história ao público. A acústica da sala ajuda e o público aplaude a primeira história de (des)amor da noite. Segue-se “A Vida é Bélica” e um obrigada aos “ancestrais de muitos de vocês que atravessaram os oceanos para difundir a língua portuguesa”. E a noite é do português, mas do português mais eufórico, mais solto, é do português do Brasil. O “boa noite” que se ouve de quem está sentado a olhar para o palco é dito sem vergonha e deixa bem claro que o sotaque brasileiro não se limita ao palco.

“Felicidade” e “Feito pra Acabar” arrancam os aplausos mais sentidos. Agora de acordeão nas mãos aproxima-se da frente e corre o palco de um lado ao outro, a tentar chamar todo o mundo para a conversa: “A gente nunca sabe onde a musica vai ecoar”.

A tour que já passou por Lisboa e pela ilha da Madeira marca os primeiros concertos em nome próprio em Portugal, embora já tivesse atuado anteriormente com outros artistas, por exemplo com Vanessa da Mata. Foi precisamente na Madeira que Marcelo conheceu um casal português que escolheu para o seu casamento a próxima música. “Pra sonhar” é a tentativa de “descrever como foi um primeiro grande amor” e já foi música de tantos casamentos que o videoclipe é precisamente isso: uma montagem de videos reais de “momentos com muita força”.

Com mensagens de amor, felicidade, partilha e paz, o público canta um refrão “que é um mantra que me faz sentir muito bem e só faz sentido se cantarem comigo”. No final “Valeu Brasil!”, mas ninguém se sentiu estrangeiro.

No meio de dois teclados, um para cada mão, de olhos fechados e anca a abanar, canta “De Graça”, “O Rei do Tempo” e “A Chuva”. Antes de voltar, para acabar com “Copo D´Água”, deixa o público a aplaudir durante a ultima música inteira, e afinal também “Valeu Porto!”. As últimas notas são dadas à porta, e ainda ficaram a ecoar quando, abraçado ao acordeão, Marcelo recua até desaparecer, tão pacificamente como entrou.

 

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