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Cultura

COLISEU DO PORTO REVIVE PINK FLOYD

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A casa estava cheia, os ânimos acelerados e os corações ansiosos. Numa noite em que se iam recriar alguns dos clássicos mais emblemáticos da história, não poderia ser de outra maneira. No palco, uma tela circular acendia-se e os primeiros acordes eram irrepreensivelmente inconfundíveis. O estilo da banda da de Roger Waters estava lá. Com Learning to Fly foram dadas as boas-vindas às centenas de pessoas que se juntaram para reavivar memórias e emoções e lembrar êxitos que ficaram escritos a ferro e fogo na história da música.

Depois de aguerridos assobios de entusiasmo e incentivo, High Hopes veio preencher as altas expectativas dos presentes. Mas foi quando soaram os primeiros acordes da guitarra de Shine On You Crazy Diamond que o público irrompeu em aplausos. Com dois astros no ecrã, a mítica música de 1988 transportou os espectadores para as dimensões cósmicas características do grupo britânico de 1965.

Através de feixes de luz que cruzavam a plateia, o cenário estava montado para Poles Apart que seguidamente deu vez a Us and Them, na qual foi exibido um solo de saxofone pelas mãos de Jay Davidson. Ainda antes do intervalo, um dos maiores hits de sempre dos Pink Floyd, que alcançou o primeiro lugar das paradas norte-americanas, inglesas e de diversos outros países, brindou o público. Another Brick in the Wall, famosa pela letra que encerra uma dura crítica ao rígido sistema educacional, não deixou ninguém indiferente ao poder simbólico, instrumental e também vocal do épico refrão composto por vozes de crianças.

Depois de um intervalo de cerca de 20 minutos, o concerto continuou ao som de Echoes, onde as luzes pulsavam ao ritmo dos instrumentos, sendo a tela posteriormente assaltada por imagens a preto e branco próprias do cinema antigo, que viriam a ilustrar Yet Another Movie. Também Round and Around, Empty Spaces, Young Lust e One of These Days fizeram parte do reportório daquela que é considerada a melhor banda tributo dos Pink Floyd.

O tempo estava a contar, mas o fim do espetáculo ainda não estava para breve. Havia ainda muito para ouvir e ver, num concerto marcado pelo rock progressivo e psicodélico, onde não poderiam faltar efeitos eletrónicos, solos estendidos e cor, muita cor, em variados padrões visuais. Ponteiros a correr sobre o ecrã faziam antever Time, na qual surgia um dedilhado delicado no som de fundo e despontavam os backing-vocals das vocalistas femininas. Contudo, um dos momentos mais marcantes da noite foi de Angela Cervantes, num arrepiante solo de tirar o fôlego em The Great Gig in the Sky, muito aplaudido de pé. Depois, misturando o saxofone, guitarra e teclado, soou Money, que antecedeu a apresentação da banda.

Agora o concerto estava a chegar ao fim, mas ainda estavam reservadas algumas surpresas. A mítica Comfortably Numb foi representada a rigor com a reprodução da cena médico e paciente, como está patente no videoclip desta música, recebendo uma das maiores ovações da noite. De seguida, a escuridão invadiu a sala, abrindo-se posteriormente feixes que colidiam num ponto. Um dos momentos mais aguardados da noite havia chegado e invadido a sala de espetáculo. Os acordes não deixavam enganar. Wish You Were Here reverberava nos punhos cerrados dos espectadores que subiam ao ritmo da melodia, arrancando fortes emoções e elevando inúmeros telemóveis no ar. Por fim, Run Like Hell terminou três horas de um tributo que fez desterrar memórias e aflorar emoções, representando uma aproximação fiel das performances arrebatadoras e arrojadas da lendária banda britânica.