Cultura

CAGE THE ELEPHANT COM ESTREIA EXPLOSIVA NO PORTO

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Pouco passava das 21 horas quando o grupo americano, Twin Peaks, subiu ao palco. Ainda a sala estava a ganhar forma quando o concerto começou. Com ou sem fãs no público, a ligação entre os dois lados foi imediata. 5 rapazes, de camisinha apertada, gorro ou chapéu na cabeça, interpretaram vários temas com uma energia jovem, em crescimento, mas única. Estiveram em palco pouco mais de 30 minutos e foi o suficiente para captarem a atenção de muitos. O seu trabalho foi bem feito: conseguiram acalmar os ânimos de quem esperava pelos protagonistas da noite. Pelo menos durante algum tempo a atenção estava só neles.

Os Twin Peaks souberam aproveitar o palco e o ambiente em todos os sentidos. Uma banda carismática e humilde que terminou a noite à porta do Coliseu a conversar com alguns dos que ficaram fãs na última hora. Abrir um concerto para alguém como os Cage The Elephant pode ser arriscado, mas os Twin Peaks vivem para acabar com o que é arriscado. E os americanos de Chicago trouxeram música e muito boa música.

De mochilas às costas, com casacos nas cinturas e braços bem à mostra, o público contava os últimos minutos de espera. Os Cage The Elephant sobem finalmente ao palco e a vontade é que não haja um adeus. Durante mais de uma hora, foram revisitados mais de 5 anos de músicas, concertos esgotados e álbuns. Entre “Cry Baby” do Tell Me I’m Pretty e “Spiderhead” do Melophobia, ouviu-se, num tom mais calmo e sentimentalista, a “Cigarette Daydreams” ou a “Telescope”, também do Melophobia.

Os álbuns Cage The Elephant e Thank You Happy Birthday não foram esquecidos. A setlist estava bem preenchida, com os temas certos, nos lugares certos. Não houve um único momento em que o público não gritasse, chorasse ou cantasse. Mesmo com a cover de “Jane’s Last Dance” de Tom Petty, o único tema desconhecido para o Coliseu. A harmónica tocada pelo vocalista arrancou cada grito e cada sorriso. Um dos muitos belos momentos daquela noite.

Mas o concerto não foi só feito de mãos dadas com o namorado ou a namorada ou abraços entre amigos. Troncos nus, guitarras atiradas ao ar e quilómetros percorridos em palco podem resumir em poucas palavras a passagem dos Cage The Elephant no Porto. Do início ao fim houve saltos, mosh e alguns encontrões amigáveis que resultaram do forte entusiasmo. Matt Shultz representa a inquietude e a necessidade de mexer em tudo e com tudo que todos, naquela sala, sabem que têm. E é também isso que alimenta a paixão e o furor dos fãs pela banda. A qualidade da música e a capacidade de abraçar uma plateia inteira são inquestionáveis. A somar com a energia em palco, o resultado são bombas de energia a cair por todos os lados com explosões incontroláveis.

Se o Hard Club não aguentava com o furacão vindo da América, o Coliseu ficou também no seu limite. A próxima vítima é o NOS Alive. Mas é certo que por onde passam, não há casa que aguente com os Cage The Elephant.

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