Cultura

CORPO + CIDADE: DAR VIDA AO PORTO

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Corpo+Cidade, o Festival de Performance Urbana organizado pelo Balleteatro, iniciou na quarta-feira, dia 7, com “Um Coreodrama na Sonosfera”, uma performance/improviso de Isabel Barros, Flávio Rodrigues e Vítor Rua. Anteontem foi o segundo dia do festival que está a dar vida às ruas do Porto.

Às 15 horas, a Avenida dos Aliados foi o ponto de encontro para muita gente, pronta a ver Bubble Man. Rapazes e raparigas cobertos de bolhas de plástico, aquelas que estamos habituados a “estourar” quando há um electrodoméstico novo, desfilaram pelas ruas do Porto, na procura de interacção com o público. Maravilhadas ou surpreendidas, as pessoas que por ali passavam iam “estourando” as bolhinhas, até porque, como muitos comentaram, “faz bem ao stress”.

Bubble Man surgiu a partir da dissertação de mestrado de Pedro de Passos e “consiste em pegar em práticas do dia-a-dia ou que temos no nosso privado, como é a questão de estourar as bolhinhas de ar, e trazê-las para o espaço público“, para ver se as pessoas iriam (ou não) interagir, no espaço público, com uma prática que é privada, explica o autor do projecto. Assim, e uma vez que “a ideia inicial do festival era que acontecessem algumas intervenções urbanas que não estivessem somente relacionadas com a dança”, como conta Tiago Oliveira, produtor executivo. 4 projetos do Mestrado em Arte e Design para o Espaço Público, da Faculdade de Belas Artes do Porto, foram seleccionados para este festival.

A actuação seguinte foi levada a cabo pelos Momentum Crew, o grupo de dança urbana (bboying) que se estreou no Teatro Nacional São João este ano e que tem vindo a arrecadar prémios mundiais na sua área. Numa breve performance, a Praça D. João I “sentiu” o funk de James Brown, com uma música, escolhida pela crew, que “passa a boa vibe e a boa energia”, para “demonstrar que somos felizes a dançar”, explica Max Oliveira (co-fundador dos Momentum Crew). Este espectáculo “visa o improviso”, onde cada passagem é criada no momento, criando uma interacção com o público ali presente. “Quando é que há mais?” é o que se ouve mal o espectáculo termina.

No mesmo espaço, teve início, às 19 horas, “No meu mural escarlate…”, performance de Isabel Barros que teve como intérpretes os alunos do Balleteatro. Partindo do mesmo conceito que “Na minha parede escarlate retratos” (2009), esta performance explorou a “ideia de auto-retrato”, onde os intérpretes são imagens que desfilam. A Praça D. João I foi “cercada” pelo público que, atento a cada movimento, se ia aglomerando. Um espectáculo partilhado com quem via, permitindo uma auto-identificação, pois, “No meu mural de escarlate…” foi um “travelling pela paisagem da memória”, onde se “eternizam momentos”, momentos que podemos também ter ido, momentos que podemos admirar.

Uma “reflexão sobre o excesso de objectos, e seus fetiches, no mundo contemporâneo” foi o mote de Furniture Riot, de Gabriela Vaz Pinheiro (artista plástica e professora no mestrado em Arte e Design para o Espaço Público). A interpretação ficou a cargo de alunos do 2º ano do Balleteatro que, com um simples e comprido pano preto como “vestimenta”, encarnaram os objectos, mostrando “a relação dos corpos com os seus objectos de uso”. A intervenção teve lugar no Edifício AXA, saindo, depois, para a Avenida dos Aliados, onde o público, animado, quis participar na coreografia de Joclécio Azevedo. E assim encerrou o segundo dia de Corpo+Cidade.

 

 

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