Cultura
1989 (Taylor’s Version): O (Re)Nascimento de Taylor Swift
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As regravações de Taylor Swift já não são novidade para os mais atentos ao mundo da música. Quando, em 2019, os masters dos seus primeiros seis álbuns foram vendidos sem a sua consulta prévia, a cantora decidiu não desistir do seu trabalho. Dois anos depois, em plena pandemia, lançou a sua primeira regravação: Fearless (Taylor’s Version), o segundo disco da sua já longa carreira. A este seguiram-se Red (Taylor’s Version), o quarto álbum, e Speak Now (Taylor’s Version), o terceiro.
Muitas eram as teorias dos fãs da cantora norte-americana sobre qual dos discos seria o próximo a ser lançado: Taylor Swift (Debut), 1989 ou Reputation. A curiosidade terminou quando, a 9 de agosto deste ano, Taylor anunciou, num concerto em Los Angeles, que o próximo sortudo seria 1989. A plateia de cerca de 70 mil fãs ficou em êxtase com as palavras da artista, enquanto os ecrãs gigantes se iluminaram com a capa da nova regravação:
“Talvez tenham reparado que temos algumas roupas novas neste concerto. Há algo que tenho vindo a fazer durante um período temporal muito, muito ridículo e embaraçosamente longo. Acho que, em vez de vos contar, é melhor mostrar-vos.”
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Anúncio do 1989 (Taylor’s Version). Fonte: Getty Images/Tas Rights Mana
1989 é o quinto álbum de Taylor Swift, tendo sido lançado em outubro de 2014. É composto por treze faixas na versão normal e dezasseis na versão deluxe. É um disco que representa um marco na carreira da cantora, assinalando a sua transição do género country para o mundo pop. Foi galardoado com inúmeros prémios, entre eles um Grammy para Álbum do Ano (à data, o segundo da cantora) e outro para Melhor Álbum Vocal Pop, ambos em 2016.
Taylor é conhecida por não deixar nenhum detalhe ao acaso. Talvez por isso a data de lançamento escolhida para o 1989 (Taylor’s Version) tenha sido 27 de outubro deste ano, exatamente nove anos após o lançamento da versão original. Esta regravação conta com as dezasseis músicas da edição deluxe, todas elas mantendo a letra inicial (todas as canções são compostas ou co-compostas pela cantora), mas sofrendo ligeiros ajustes na parte instrumental. O quarto disco Taylor’s Version também contém cinco temas inéditos que a artista escreveu na altura que estava a compor 1989: as chamadas Vault Tracks, incluídas em todas as regravações.
As regravações das músicas de 1989 aproximam-se em muito dos originais, o que agradou a legião de apoiantes de Taylor. Com uma voz nitidamente mais madura, os êxitos mundiais como “Blank Space”, “Shake It Off”, “Wildest Dreams” e “Style” mantiveram o brilho que conquistou o mundo em 2014, com a subtil adição de notas de baixo em várias partes. Christopher Rowe assumiu as rédeas ao lado de Swift, deixando para trás o produtor Max Martin, produzindo as novas e muito próximas versões, que comprovam a intemporalidade deste álbum.
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Comparação das capas de 1989 (esquerda) e 1989 (Taylor´s Version) (direita). Fonte: Supplied/AP
As cinco Vault Tracks deram profundidade e mais contexto ao mundo pop do álbum, tornando-o num todo ainda mais coeso. “Slut!“, “Say Don’t Go“, “Now That We Don’t Talk“, “Suburban Legends” e “Is It Over Now?” estão a conquistar os fãs pela sua sonoridade dançável, terreno que a artista já não pisava há alguns anos. As letras assemelham-se em muito às que os fãs já conheciam de 1989, uma coletânea de poemas sobre a sua vida privada e amorosa.
Sem surpresas, 1989 (Taylor’s Version) já bateu recordes. Na sua primeira semana, as vendas foram as maiores de sempre, em comparação com qualquer álbum em quase nove anos, batendo o recorde do disco 25 de Adele. O álbum encontra-se em primeiro no Top Billboard 200, assinalando o 13º lugar em primeiro lugar de Taylor neste ranking. Além disso, esta regravação alcançou a maior semana de vendas de Swift para qualquer um de seus álbuns. Supera, assim, o recorde anterior, registado quando o álbum original de 1989 estreou.
As regravações de Taylor Swift vieram trazer uma nova emoção aos seus fãs e fizeram-lhes reviver a nostalgia das suas músicas antigas favoritas, mas não foi só. O trabalho da cantora veio inspirar outros artistas a reclamar o que outrora lhes foi “roubado” e a trazer para a ribalta o tema dos direitos de autor. Relativamente a qual será a próxima Taylor’s Version, os fãs continuam a especular, mas talvez um easter egg lhes dê uma pista: o aniversário de Reputation, o sexto álbum, está a aproximar-se, completando seis anos no dia 10 de novembro.
Artigo escrito por Amália Cunha
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