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Cultura

(B) FACHADA DE VOLTA AO PORTO

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São 21:45. Nas ruas do Porto começa a sentir-se o burburinho de uma noite de sábado. À porta do Plano B a fila ganha forma, num corredor humano à espera do concerto de Fachada. O público, na sua maioria jovem, bate o pé e espreita pelas janelas do bar da baixa portuense, esperando pelo avanço da fila.

O pequeno palco do Plano B é rapidamente rodeado pelo público, num abraço intimista ao palco de Fachada. No entanto, este tarda. O público reclama o atraso e a falta de explicações, entre assobios e “uh’s”, num tom crescente à medida que os minutos passam. Súbitos aplausos fazem o público saltar na expectativa da chegada do artista a palco. Falso alarme. Os assobios elevam-se. Enquanto uns grupos se divertem à conversa, outros ponderam abandonar a sala.

Passam poucos minutos das 23:00, quando Fachada se apresenta para o concerto, numa caminhada pelo meio do público.

Os primeiros acordes soam e o público acompanha. A música envolve todos e o atraso é perdoado.

O concerto começa com “A Casa do Manel”, o primeiro de cinco temas antigos, dos tempos que ainda se fazia acompanhar do B no seu nome artístico. Entre risos envergonhados e palavras saudosas dos palcos do Porto, o cantor brinca que não sabe “o que há-de tocar”. “Querem o Zé?”, o público responde com aplausos, num claro sim. Todos acompanham entusiasmados a letra de “Zé!”, música do primeiro disco de estúdio do cantor.

Os fãs de Fachada continuam a dar provas de saber as letras do início ao fim. Segue-se “Estar à espera ou procurar”, aquele que é, provavelmente, o tema com mais sucesso do cantor. A animação do público sobe de tom com “Quem quer fumar com o B Fachada?” e “É normal”. Termina com este tema a lembrança dos primeiros anos do artista, “vamos começar com as novas”.

Sozinho em palco, Fachada está como em casa, conversando e rindo com amigos. Os seus novos trabalhos são marcados por um estilo mais eletrónico. Abandonando a guitarra de B Fachada, o cantor apresenta “Pifarinho”.

Os risos multiplicam-se quando começa “Cruz”. Os primeiros sons do ritmo pop são interrompido por um “minha nossa senhora, karaoke à antiga”. É neste espírito animado que o público recebe a nova sonoridade de Fachada.

Segue-se “Fandango ensaiadinho”, num concerto em que o músico ouve o público e responde-lhe como numa conversa de café. Entre outros temas ouve-se “Dá uma música à bofia”, numa aliança entre o ritmo eletrónico e o popular, e “Agosto”, música recebida com muito entusiasmo.

Ao som “Mané-Mané”, o Plano B enche-se de aplausos. Estes continuam “Tó-zé”.

Com vénias ao público, Fachada despede-se de um concerto intimista no coração da Invicta. Esperando que o público se mantenha durante a sua carreira, o músico tocou um último tema. O público e Fachada torna-se uma só voz e não falham a melodia de “Só te falta seres mulher”. O palco cala-se para ouvir as vozes do Porto no refrão.

Uma onda de aplausos termina o concerto. É a despedida de Fachada, saudoso e feliz.