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Cultura

NOITES DA QUEIMA: “EM EQUIPA QUE GANHA, NÃO SE MEXE”

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Por norma, em dia de cortejo, o recinto das noites da Queima enche. No entanto esta terça-feira, eram 23 horas – hora prevista do concerto d’Os 4 mens – e não estava ninguém na zona do palco. A chuva forte que se fazia sentir não era nada convidativa a uma noite de queima das fitas.  Mas eis que, 20 minutos depois, a chuva começou a acalmar. Imediatamente sobem ao palco o baixista, baterista e guitarrista dos 4 mens.

O anúncio do início do concerto é feito por uma simulação de uma mensagem de emergência enviada via rádio, a alertar o público de vários perigos e dos cuidados a ter. Entre os quais, o perigo de uma “chuva de alegria”. As pessoas que estavam no recinto nesta altura aceitaram de bom grado este novo tipo de chuva. Começaram a aproximar-se do palco, saindo dos sítios onde que tinham abrigado.

“Sinceramente medo nunca tivemos”, disseram ao JUP os 4 mens, quando questionados se recearam que a chuva afastasse as pessoas do palco. “Sabíamos que na noite do cortejo as pessoas iam aderir ao convite que a associação fez”. E, de facto, aderiram. Poucas músicas depois do início do concerto, já muita gente se tinha juntado perto do palco.

O espetáculo dos 4 mens foi uma mistura de concerto com stand up comedy. O que é certo é que o grupo musical conseguiu captar a atenção do público de início ao fim o que, aliás, parece ser a especialidade deste grupo. Seja através de pequenos teatros ou através de cacofonias típicas deste género músical, o Queimódromo riu, ou, pelo menos, sorriu com este espetáculo.

Em jeito de rescaldo, os 4 mens classificaram o seu concerto como “fantástico”. “As pessoas aceitaram o nosso género musical com muita alegria. Foi percetível no rosto de toda a gente que estavam todos contentes, a noite hoje era propícia para isso. O Quim Barreiros está cá, os 4 mens também. É a alegria que contagia desde início ao final do espetáculo”, acrescentaram, em declarações ao JUP.

Era agora altura de subir ao palco Quim Barreiros. Antes do concerto, disse ao JUP que nunca sentiu a necessidade de mudar nada na sua sonoridade, por medo de “estragar tudo”. “Eu acho que o meu tipo de música, a minha maneira de atuar e de ser é que as pessoas gostam. Isto é como as equipas de futebol, a equipa que ganha não se mexe. Eu não mexo na minha estrutura. Como já estou quase no final, já não vou mexer em quase nada”.

Entrou em palco com a “equipa que ganha”: o concerto do costume, que, de facto, nunca falha. O Queimódromo foi ao rubro de início fim de um concerto muito bem pensado, com notório trabalho de bastidores. Onde acabava uma música, começava a próxima. Quando o concerto parava, Quim mostrava-se muito próximo do público – da “malta”, como o foi tratando durante todo o concerto.

A celebrar 29 anos que dá concerto na Queima das Fitas do Porto, o autor de êxitos como A cabritinha e A garagem da vizinha ainda não mostra qualquer sinal de desgaste.

No final do concerto, Ana Luísa, estudante de Engenharia Química na FEUP esperava nas grades da zona do backstage a oportunidade de tirar uma foto com Quim Barreiros. “Quim barreiros é sempre incrível”, disse. Quando comparando com outras prestações em Queimas das Fitas anteriores, afirmou que Quim Barreiros “fez tudo igual mas como sou finalista foi especial”.

A chuva voltou durante a noite, mas sempre por períodos curtos de tempo. Não foi o suficiente para estragar a quarta noite da Queima. Na próxima, o Queimódromo vai receber Xavier Mota, Club Banditz e Juan Magan.

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