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Cultura

O ABSURDO SOBE AO PALCO

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“O amor é uma série de desencontros absurdos. Às vezes estamos desencontrados de alguém que caminha ao nosso lado. Outras vezes deixamos de ver e até de reconhecer a pessoa que amamos. Cenas absurdas.”

É, precisamente, em “cenas absurdas” que a mais recente produção teatral da Associação Pathos se foca. Inspirado na peça “A Cantora Careca”, de Eugene Ionesco, e complementado com textos de Samuel Beckett (que, ao lado de Iunesco, é reconhecido como um dos mais importantes autores do teatro do absurdo) e de Patrícia Rosado e Rodrigo Festas, o projeto atenta nas relações entre as pessoas. Através da união do real com o absurdo, Amor e outras cenas absurdas pretende desenvolver uma caricatura da realidade e compromete-se a surpreender o espectador.

O JUP conversou com Frederica Ferreira e Francisco Frutuoso, ambos membros da Associação Pathos. A presidente da associação e o secretário do concelho fiscal não adiantaram muitos detalhes, mas asseguraram que a vertente cómica da peça, o ritmo diversificado e a existência de momentos inesperados e de reflexão a tornam única.

Esta peça de teatro é o mais recente projeto de grande dimensão dos pathos, termo designativo dos membros da associação. Porém, os interesses deste grupo ultrapassam  os domínios do drama. De facto, os pathos, grupo de jovens unidos pela promoção da cultura, desenvolvem ainda uma série de projetos e eventos em todo o concelho da Póvoa de Varzim.

A tertúlia Pathé: Pathos no café, a título de exemplo, consiste na discussão de um determinado objeto de cultura, todos os meses, em diferentes estabelecimentos da cidade. Este mês a discussão será sobre o livro 1984, de George Orwell, sendo que, em edições anteriores, já foram debatidos o filme Animais Noturnos, de Tom Ford e a pintura “Medusa”, de Caravaggio.

Os workshops promovidos pela associação têm como domínio de trabalho diferentes assuntos e, uma vez que são sugeridos pelos próprios integrantes, geralmente vão ao encontro dos interesses dos mesmos. Por ser um espaço multidisciplinar, a associação integra não só amantes do teatro, mas também de áreas como a fotografia e o design, onde todos se reúnem e contribuem para a elaboração e desenvolvimento de projetos culturais e pedagógicos.

Exemplo dessa vertente pedagógica é o projeto Bardos que se compromete a, todos os períodos escolares, visitar gratuitamente 42 escolas primárias e jardins de infância de todo o concelho para encenar breves peças de teatro infantis.

A definição do próprio termo pathos, que significa paixão e sofrimento, sugere o objetivo deste grupo: estimular, através da representação artística, o sentimento de piedade, compaixão e empatia no espectador. Com a intenção de criarem um impacto na vida das pessoas, os pathos servem-se de textos conhecidos e reformulam-nos, fazendo chegar ao público um conteúdo inovador e original que o irá, simultaneamente, entreter e incitar à reflexão.