Cultura

NOITES DA QUEIMA: KAISER CHIEFS E CAELUM NO ADEUS

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“Hoje vim ver Kaiser Chiefs, única e exclusivamente”, diz Tiago Querido, ex-estudante da UP, que “nem sabia que ia tocar outra banda”. “Já é a sexta vez que os vou ver” interrompe Vitor Monteiro, estudante no ISEP, “eles estão sempre cá também”. “Eu nunca os vi”, esclarece Tiago. Esperavam o concerto dos cabeças de cartaz bem no centro do espaço onde, habitualmente, se encontra o público que assiste aos concertos. Foi daí que viram a subida em palco dos Caelum.

A banda portuguesa mostrou o seu pop rock ao Queimódromo, mas, tal como aconteceu com a maior parte dos artistas que abriam as Noites da Queima, não conseguiram captar a atenção do público. A inclusão de covers de músicas da banda Snow Patrol e da fadista Mariza foi a sua principal forma de garantir alguns aplausos. Mas, o pouco público que assistiu ao concerto. fê-lo de forma apática. Provavelmente, já só pensava em Kaiser Chiefs. “Não correu como esperávamos, correu melhor ainda”, disseram os Caelum ao JUP. “Sem menosprezar os outros públicos, sentimo-nos muito mais em casa quando vimos ao norte”.

Entre os dois concertos, subiram ao palco locutores da rádio Cidade FM para anunciar que Portugal tinha ganho o festival Eurovisão da Canção 2017. Depois do anúncio, pediu-se silêncio para se ouvir a canção vencedora, Amar pelos Dois, de Salvador Sobral. O público não obedeceu e fez-se ouvir, cantando com Salvador.

Os Kaiser Chiefs subiram ao palco com as letras iniciais do seu nome, colocadas no fundo do palco, como única fonte de luz. Ao lado da banda estava um cartaz iluminado onde se lia Tonite: Kaiser Chiefs. A música Everyday I Love You Less and Less marcou a entrada forte dos britânicos no Queimódromo.

A banda não se limitou a dar um concerto em jeito de best of. Preferiu ir intercalando os seus êxitos com músicas dos seus trabalhos mais recentes. Isso fez com que o grupo nunca perdesse o público. Durante todo o concerto, o recinto vibrou com a atitude de Ricky Wilson, que não parava um segundo. Ora saltava de coluna em coluna, ora dançava freneticamente, ora pedia energicamente ao público que gritasse o nome da banda. Ricky foi uma das principais razões pelas quais o Queimódromo não conseguiu tirar os olhos do palco. Ainda assim, o pulmão do vocalista dos Kaiser Chiefs nunca falhou.

O recinto ficou sem fôlego depois do concerto dos Kaiser Chiefs. Muita gente ficou sentada na zona perto do palco, a recuperar. Era o caso de Daniel Francisquete e Bárbara Belém, dois jovens brasileiros, estudantes em Guimarães. “A gente veio pelo show de Kaiser Chiefs, foi a primeira vez que os vimos e foi ótimo”, explicam, com um sorriso no rosto.

Neste último dia, o recinto esvaziou mais tarde. Ninguém queria ir embora. Ninguém queria que aquela que é considerada a melhor semana do ano académico chegasse ao fim. Mas chegou. Ficaram as memórias inapagáveis. Ficaram as novas amizades. Ficaram as histórias para contar uma, duas, três, mil vezes.

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