Cultura

SEAN RILEY & THE SLOWRIDERS ABANARAM O FESTIVAL CONFLUÊNCIAS

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Às 20h45 ainda se apanhava a banda de Coimbra a fazer o sound check. Faltava uma hora para o último concerto dos dois dias de atividades na Casa da Companhia, em Penafiel, naquele que foi o terceiro fim-de-semana do Festival Confluências, em quintas rurais do Tâmega e Sousa.

A Casa da Companhia, ficamos a saber pelas palavras do “Sean Riley” Afonso Rodrigues, pertence a Filomena Alpendurada, que cedeu o espaço às atividades culturais programadas pelo festival, proprietária do espaço que Afonso achou “lindo”, mesmo “sem fazer ideia” do que ia acontecer.

Mas, voltando atrás. A eira da casa, com vista para um enorme celeiro de pedra, estava no sábado decorada com fios elétricos, holofotes e os vários instrumentos dos Sean Riley & The Slowriders, mas também com velas, tapetes e mantas. O concerto foi, assim, sentado, mas nem por isso deixou de haver espaço para rock ‘n’ roll dos rapazes, que abriram com os cordiais “Greetings”, depois da voz de Bruno Pedro Simões (o baixista da banda, desaparecido a 9 de junho) ecoar pela quinta e pelo seu palco improvisado, escuro, num pré-gravado que a banda usa para abrir os concertos desde que decidiu retomar a tour.

Para Afonso a viagem foi longa: nessa manhã, conta, estava a tomar o pequeno almoço em Lyon, França (onde tocou com o seu projeto paralelo, Keep Razors Sharp). Em Penafiel, a viagem fez-se sobretudo pelo último álbum, homónimo, da banda, mas com espaços para viajar no tempo até músicas mais conhecidas do público como Houses and Wives ou This Woman.

Com Gipsy Eyes (“‘olhos ciganos’ é uma novela que escrevemos”, avisa Afonso, sem dar a perceber se é verdade ou não) o público resiste com dificuldade à tentação de se levantar dos tapetes deixados na pedra dura do chão, mas também se recusa a ir embora quando começa a chuviscar durante Intro – ironicamente, a última música da noite. A banda pede desculpa, e “de coração partido” avisa que por razões de segurança não pode fazer o encore previsto.

Afonso Rodrigues, vocalista da banda, revelou ao JUP que, silenciadas, ficaram Everything Changes, BDD e Buffalo Turnpike. Apesar de ligeiramente mais curto, Afonso confessa ter adorado o local “mágico” da Casa da Companhia, em Penafiel. E o público, que encheu todos os lugares sentados e muitos de pé, parece ter sentido a mesma energia.

O Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa é, nas palavras da organização, “um convite a uma viagem entre a memória, o tempo histórico e a contemporaneidade, guiada por propostas artísticas de reconhecido valor”.

Depois de Sean Riley & The Slowriders na Casa da Companhia, em Penafiel, sobram 8 das 11 quintas barrocas dos 11 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa e que vão receber concertos e espectáculos culturais com nomes reconhecidos do panorama nacional, como Dead Combo, Noiserv ou First Breath After Coma.

No total, terão sido 22 dias de programação cultural, com 66 concertos, 22 espectáculos para famílias e 15 novas criações.

Afonso Rodrigues, vocalista de Sean Riley & The Slowriders | Foto: Ana Marta Ferreira

Afonso Rodrigues, vocalista de Sean Riley & The Slowriders, falou ao JUP sobre o regresso aos palcos depois do hiato de 3 anos e da perda de um dos membros e sobre o processo criativo do mais recente álbum da banda. A entrevista será publicada na íntegra, em breve.

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