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FESTIVAL F ENCERROU COM NOITE DE CASA CHEIA

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Sentado a passear pelas teclas do piano enquanto cantava em plenos pulmões, Jorge Palma tinha aos pés uma plateia pronta para o ouvir. Com luzes, telemóveis e num sentimento comum, as cabeças do público ondulavam como a Ria – cenário de mais um espetáculo no Palco homónimo.

Numa altura em que algumas se sentavam na beira dos passeios como que para refletir acerca das músicas – ou senti-las mais profundamente -, o artista levantou-se e pela sua guitarra tocou o seu maior sucesso. Aos primeiros acordes já o público cantava em tom de rendição: “Encosta-te a Mim”, o maior sucesso do cantor, fez a plateia levantar-se para partilhar com os demais um momento de unidade.

No Palco Castelo, uma hora depois do início do concerto de Jorge Palma, estava Diana Martinez & The Crib. Num concerto com menor audiência, o grupo apresentou o seu álbum “How We Do It” – mas nem pelo facto de existirem menos pessoas a aplaudir o concerto perdeu gás.

A espalhar energia e ao som de R&B, Soul e Hip Hop, Diana Martinez demonstrou o que muitos meios de comunicação já tinham anunciado: a artista veio e foi para ficar.

Dali a 45 minutos já estava Noiserv em posição. O mar de gente corria porta dentro. Pelos corredores abobadados dos Claustros, o edifício quinhentista preparava-se para receber uma orquestra completa, não fosse o artista uma banda de um homem só.

Tendo na bagagem uma guitarra acústica, xilofones, teclas, um megafone e uma harmónica, o lisboeta criou no espaço um ambiente de pura misticidade que fez qualquer um render-se à magia do som.

As pessoas sentavam-se no chão e na relva, outras encostavam a cabeça às colunas manuelinas do edifício. Enquanto isso, havia quem batalhasse para entrar: o mar tinha sido impedido de continuar o seu trajeto, deixando algumas pessoas porta fora.

Com tal pressa, como se para apanhar o Sete se tratasse, a multidão tinha apenas um objetivo: chegar ao Palco Ria o mais depressa possível para não perder o início daquele que fora o concerto da noite.

Miguel Araújo começou a noite como se soubesse o que lhe esperava. “Contamina-me” foi o primeiro êxito a ser ouvido com um frenesim de metais à mistura. Dali a pouco já estava de cavaquinho na mão, pronto para uma lição como a dada na noite anterior por um conterrâneo seu.

Com boa disposição e uma história sempre seguida por uma música, Miguel Araújo rapidamente contagia o público com o bom humor.

“Tenho um herói musical que é o Jorge Palma”, revelou o artista com um brilho nos olhos. Não foi a Laurinha que se transformou na D. Laura, mas nessa noite Miguel Araújo pareceu concretizar um sonho. “Este é um dia muito especial para mim, porque vou tocar com alguém que admiro muito”. Ao som de Bob Dylan – “Like a Rolling Stone” -, ambos os artistas estrearam-se num dueto que ninguém antevia.

Dali ao “Pica do Sete” e ao culminar da meia noite foi um instante. Com um espetáculo pirotécnico que preencheu o cenário, Miguel Araújo cantou “Será Amor”, o tema que compôs para o filme A Canção de Lisboa. Num dos momentos altos da noite, o espetáculo de fogo e o ritmo doce da melodia fizeram de todo o cenário algo memorável. “Sinto-me uma espécie de Britney Spears versão lusitana”, brincou o cantor.

No Palco da Sé, à 01h00, já a plateia estava cheia de espírito para o que aí vinha. Dillaz.

“Como é que é Faro?” O público foi ao rubro.

Ao som do hip hop e rap que estava mais que na ponta da língua do público, a Sé tornou-se pequena para o gigante Dillaz, que encheu todo aquele canto da Vila Adentro. Telemóveis, câmaras fotográficas e muitos gritos formaram a front line do concerto; e o clímax voltou-se a dar quando o rapper anunciou que Regula o ia acompanhar para cantar um tema. O êxtase não poderia ser maior.

Já sozinho no palco, “Não Sejas Agressiva” levou o público a acompanhar passo a passo as sílabas pronunciadas pelo rapper, não fosse este um dos seus grandes hits.

Dali a mais uma viagem para o Palco Ria, seria uma travessia de ponta a ponta do recinto. A fechar a noite encontravam-se o HMB que após acabar o concerto de Dillaz já iam avançados no espetáculo.

Com energia para dar e vender, acabaram o último dia do Festival F em grande. “O Amor é Assim”, “Peito”, “Não Me Deixes Partir” e “Loucos” foram sucessos cantados por público e banda numa só voz, dando por fim aquele que foi o último dia do festival.

Em declarações à SIC, a organização do festival afirmou que 2018 será um ano de consolidação daquele que considera ser o modelo ideal para o festival nos próximos tempos. A inovação, promete, vai continuar a ser uma aposta e os três dias vieram para ficar.

Segundo o Sul Informação, a edição de 2017 contou com a presença de 34 mil visitantes, sendo que na quinta-feira passaram pelo recinto 9 mil pessoas, na sexta 12 mil e no sábado 13 mil – um aumento de 13 mil visitantes, face aos 21 mil verificados na terceira (e passada) edição do Festival.

Para 2018, a quinta edição do Festival F já tem data marcada e o primeiro fim-de-semana de setembro é o escolhido.

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