“HOW TO DO THINGS…” ABRE GALERIA LEHMANN + SILVA

Pinturas “Soulhouse” de Joana da Conceição

“Fresca” é a palavra utilizada por Mário Ferreira da Silva para descrever a exposição patente na galeria Lehmann + Silva, que co-fundou com Frederick Lehmann.

Localizada no Bonfim, a galeria “Lehmann + Silva” apresenta-se como um espaço aberto e livre, com o intuito de dar a conhecer artistas portugueses e internacionais que apresentem qualidade e potencial, querendo fornecer uma plataforma de crescimento para estes. Como exposição inaugural, a Lehmann + Silva acolhe a “How to do Things…“, um conjunto de obras inter-disciplinar criado por artistas portugueses e espanhóis. Entre tapetes marroquinos, instalações de vídeo, fotografia e pintura, a “How to do Things…” enquadra-se num contexto multi-disciplinar, aberto e livre, em que as possibilidades da matéria são exploradas de maneira a abrir novos horizontes para os artistas plásticos.

A escolha da exposição por parte dos mentores da galeria, Mário Ferreira da Silva e Frederick Lehmann, surge dum convite a Juan Luis Toboso, curador da exposição, que é o responsável pelo título e pela organização desta. Colocada no Bonfim, o verdadeiro bairro das artes, segundo Mário Ferreira da Silva, a galeria terá no seu futuro uma exposição de Joana da Conceição em janeiro do próximo ano e, na mesma altura, a abertura do Project Room da galeria com trabalhos de Vítor Israel.

   A curadoria é da responsabilidade de Juan Luis Toboso, nascido em Valência, que já trabalhou no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. É também curador em residência do Centre de Cultura Contemporanea-Centre Del Carmen en Valencia e professor na Escola Superior Artística do Porto.

   Em conversa com o JUP, Juan Luis Toboso afirmou que toda a exposição é baseada na amizade e no afeto existentes entre os artistas, que discutiram entre si durante muito tempo a maneira como seria construída e desenvolvida. À parte disto, espera que a exposição e a galeria causem nas pessoas mais perguntas do que propriamente respostas certas, numa busca por novos horizontes, e que a proximidade com a FBAUP permita que os seus elementos possam encontrar um espaço onde crescer como artistas e onde se possa criar um ambiente de retroalimentação entre as duas partes.

   As obras que constituem esta exposição têm a assinatura de Diana Carvalho, licenciada em Pintura e mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas pela FBAUP, Fermín Jiménez Landa, reconhecido artista contemporâneo espanhol, que traz à Invicta o seu trabalho “The Muotathal prophet”, Joana da Conceição, que contribui à exposição com as suas pinturas “Soulhouse”, Ramiro Guerreiro, formado em Arquitetura pela FAUP, que expõe o seu projeto “Entalados”, criado no ano que decorre, e Josep Maynou, formado em Belas Artes pela UB (Barcelona), tendo também estudado na FBAUP e na Middlesex University (Londres).

   A obra “Leisure“, de Josep Maynou, é constituida por dois tapetes marroquinos com toques de modernidade e simultânea tradição. Numa viagem a Marrocos, Josep apaixonou-se pela criação tradicional de tapetes, e numa procura de “libertar a mão” e criar algo diferente da pintura, decidiu produzir esta obra. Obra esta que nasce também influenciada por memórias de infância em que, para ele, os tapetes que tinha em casa eram quase “ilhas” onde trabalhava e se divertia, onde tudo acontecia e onde a sua mente se libertava na criação artística.

   Num caminho por traçar, de quem vagueia livremente, a exposição encontra novas formas de expressão na sua inerente liberdade, fruto da forte exploração nas obras das diferentes possibilidades de forma que a matéria utilizada tem. Assim, a equipa ibérica de artistas consegue com esta exposição “brincar” com as diferentes formas que os elementos artísticos podem tomar e, consequentemente, explorar as variadas mensagens que uma mesma obra pode enviar.

   A galeria Lehmann + Silva, com os seus dois pisos, o Main Room e o Project Room, tem inauguração oficial marcada para hoje, dia 11, a partir das 16h00.