Cultura

CRÍTICA: FILOMENA

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Qualquer produtor a quem fosse apresentada a história de Philomena Lee temeria a inverosimilhança: a personalidade da mãe; a carreira, causa de morte e local de enterro do filho; a figura do jornalista desencantado parecem matéria de narrativa ficcional. Mas os dados centrais do filme de Stephen Frears são reais. Filomena assenta na biografia de Martin Sixsmith e a protagonista permanece viva e activa, até na defesa do filme, acusado de anti-catolicismo, no seguimento de The Magdalene Sisters, de Peter Mullan. Há, ainda assim, um segundo nível a que só Frears acede: o próprio autor da biografia e o trajecto de escrita desta. Criou, assim, um objecto poliédrico muito mais desafiante no estudo de perdão e justiça. Para lá de tudo, este é o filme de Steve Coogan –actor, co-autor e produtor–, num trabalho notável.

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