Cultura
ARCTIC MONKEYS NO NOS ALIVE ’18
Um dia depois de ter sido confirmada a sua presença no Primavera Sound Barcelona, os Arctic Monkeys acabam de integrar o cartaz do NOS Alive. O quarteto britânico, que está a trabalhar num novo álbum de estúdio, atua no Passeio Marítimo de Algés a 12 de julho.
A banda foi catapultada para o sucesso com o seu primeiro registo Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, lançado no início de 2006. Batendo vários recordes de vendas, os jovens rapazes de Sheffield deram-se a conhecer com o seu irreverente e enérgico estilo de indie rock, e uma das suas maiores forças residia no apurado e sempre alerta olho crítico de Alex Turner, vocalista e compositor. As suas letras perspicazes e observacionais sobre a vida noturna da cidade e os relacionamentos amorosos, cantadas no seu forte sotaque, conferiam-lhe forte carisma e charme, sendo porventura a principal atracção que os Arctic Monkeys oferecem. Também aliciantes eram os jogos simplistas de guitarras que operava com Jamie Cook, assim como os ritmos frenéticos de Matt Helders, o baterista, e o baixo groovy de Andy Nicholson.
O último deu lugar a Nick O’Malley no mesmo ano, mas o grupo conseguiu dar continuidade à sua progressão com Favourite Worst Nightmare. Ligeiramente mais polido na sua produção mas com a mesma veia vivaz do seu antecessor, este consolidou-os enquanto uma das novas forças mais entusiasmantes em terras britânicas.
Humbug, de 2009, possibilitou que pudessem colaborar com Josh Homme, dos Queens Of The Stone Age (que também marcam presença no NOS Alive), e o álbum, gravado no mítico Rancho de la Luna, apresentou uma sonoridade mais densa e com várias influências da música psicadélica. Distanciando-se ligeiramente do que até então tinham feito, o disco coincidiu com um período notavelmente mais experimental, constituindo um marco de grande importância na sua carreira.
Suck It And See (2011) e AM (2013) aproximaram-nos de territórios pop, traduzindo uma mudança sonora e visual que os apresentou a novas audiências.
O primeiro dia desta edição do festival é, assim, presenteado com mais um nome sonante, juntando-se os Arctic Monkeys a Snow Patrol e a Nine Inch Nails. O projecto de Trent Reznor – talvez o maior responsável pela popularidade da música industrial nos anos 90, com os lançamentos de The Downward Spiral (1994) e The Fragile (1999) – regressou de um hiato com dois EP’s, e o último, Add Violence, foi lançado no ano passado.
Também no ano passado compôs Sampha o Process, e, assim como Khalid, trará o R&B e o soul ao Palco Sagres. Merecedores de uma menção são ainda os londrinos Wolf Alice, que têm na bagagem o novo Visions of a Life – e que terão atraído uma quantidade considerável de curiosos com o seu vídeo do single “Don’t Delete The Kisses”.
O dia seguinte fica predominantemente por conta de Josh Homme e dos seus Queens Of The Stone Age – que, se Villains permite prever, trarão consigo muita dança, à qual não faltará o seu característico rock pesado – e dos The National, que seguem em tour de Sleep Well Beast.
No circuito do rock alternativo, não faltará o veterano Eels, e também tocarão os Yo La Tengo, que, com a sua mistura de indie e shoegaze em álbuns como Painful ou I Can Hear The Heart Beating As One, cimentaram o seu lugar enquanto uma interessantíssima e influente banda de culto. Two Door Cinema Club, The Kooks e Portugal. The Man são também destaques deste dia e não se deve esquecer Surma, o projecto da promissora jovem leiriense Débora Umbelino.
O dia de encerramento conta com os Pearl Jam, nome incontornável do grunge e uma das bandas mais populares de todos os tempos. A excelente reputação dos seus espectáculos deve-se muito ao facto de os mesmos serem habitualmente de grande duração e à imprevisibilidade dos seus setlists, que possibilita a recuperação com frequência de muitos deep cuts amados pelos fãs. Tudo isso faz deles imperdíveis na estrada e uma enorme escolha para colocar um ponto final no NOS Alive ’18 da melhor forma.
É impossível falar de grunge sem pensar nos Alice In Chains, e a atuação do grupo de Seattle será também um dos pontos fortes da noite. William DuVall mostrou-se um capaz substituto do extraordinário vocalista Layne Staley, que faleceu em abril de 2002, e, depois de Black Gives Way To Blue e The Devil Put Dinosaurs Here, a banda tem já um novo álbum a caminho.
Jack White, que lança no fim de março Boarding House Reach, tem piscado o olho ao experimentalismo nos seus mais recentes singles, e a expectativa cresce para saber de que forma o ex-líder dos The White Stripes e The Raconteurs se apresentará em Algés, num dia onde também estão presentes nomes como Franz Ferdinand, At The Drive-In, MGMT, Perfume Genius e Marmozets.
O cartaz ainda não está encerrado, pelo que ainda haverá espaço para mais divulgações nas próximas semanas. Abaixo segue a lista dos actos que já foram confirmados até ao momento.
12 de julho
Arctic Monkeys (Palco NOS)
Dead End (Palco Coreto)
DJ Glue (Palco Coreto)
Friendly Fires (Palco Sagres)
Fumaxa (Palco Coreto)
Here’s Johnny (Palco Coreto)
Khalid (Palco Sagres)
Nine Inch Nails (Palco NOS)
Sampha (Palco Sagres)
Snow Patrol (Palco NOS)
Spdeville (Palco Coreto)
Wolf Alice (Palco Sagres)
13 de julho
Beatriz Pessoa (Palco Coreto)
Bernardo (Palco Coreto)
CHVRCHES (Palco Sagres)
Eels (Palco Sagres)
Future Islands (Palco Sagres)
Minta and The Brook Trout (Palco Coreto)
Portugal. The Man (Palco Sagres)
Queens Of The Stone Age (Palco NOS)
Rag ‘N’ Bone Man (Palco Sagres)
Surma (Palco Coreto)
The Kooks (Palco NOS)
The National (Palco NOS)
Two Door Cinema Club (Palco NOS)
Yo La Tengo (Palco Sagres)
14 de julho
Alice In Chains (Palco NOS)
At The Drive-In (Palco Sagres)
Franz Ferdinand (Palco NOS)
Jack White (Palco NOS)
Mallu Magalhães (Palco Sagres)
Marmozets (Palco Sagres)
MGMT (Palco NOS)
Pearl Jam (Palco NOS)
Perfume Genius (Palco Sagres)
Real Estate (Palco Sagres)