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Cultura

WAND: O ANO AINDA É NOVO, MAS OS GRANDES CONCERTOS JÁ CHEGARAM

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A fria noite de fevereiro pertencia aos Wand, mas foram os de cá que aqueceram os ossos ao público do Hard Club. Os portugueses Sereias abriram para os norte-americanos numa sala curiosa para ver o que o grupo experimental tinha para dar. A banda que se descreve como sendo um “encontro do cinético com a paisagem morta numa selvajaria de jazz-punk-pós-aquático” transmite exatamente isso ao vivo. Um rock experimental tresloucado, a ser transmitido pelos gritos do vocalista, um percussionista “pouco ortodoxo”, o tradicional trio de guitarra, baixo e bateria, um sintetizador e ainda um saxofonista.

Em suma, sete pessoas em palco e uma performance abrasadora e contagiante, marcada pelos gritos do vocalista e pela progressão musical que deixou toda a gente animada para o que estava para vir.

A ausência dos Wand em Portugal não foi muito prolongada. A banda já tinha pisado os palcos nacionais na última edição do NOS Primavera Sound, mas agora com concerto em nome próprio – e com mais um álbum na bagagem – o quinteto deu um espetáculo bastante superior ao do passado mês de junho.

A sonoridade de Plum é bastante distinta do pesado garage rock do seu álbum mais bem sucedido, Golem, de 2015. O novo trabalho apresenta uma sonoridade mais psicadélica e experimental. No entanto, a qualidade mantém-se.

A banda deu um concerto eletrizante e contagiante ligando-se ao público de forma fenomenal, recorrendo apenas à sua música. A sua performance não se cinge à simples reprodução das músicas gravadas em estúdio. A banda traz sempre a improvisos com uma qualidade surpreendente, que só demonstra quão bem os membros trabalham em conjunto.

No palco do Hard Club, os californianos presentearam o público com um concerto de mais de duas horas, com direito a encore. À saída, na sala quase cheia, os olhares eram de satisfação: satisfação de quem viu dois grandes concertos que fizeram esquecer o frio que os esperava fora das portas do antigo Mercado Ferreira Borges.

Este artigo é da autoria de Francisco Cardoso.