Cultura

MEO MARÉS VIVAS: FUNK, INDIE ROCK E HIP HOP COM VISTA PARA O MAR

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16h00. Os primeiros festivaleiros pisam a Antiga Seca do Bacalhau, em Vila Nova de Gaia, que este ano acolhe os três dias do festival MEO Marés Vivas.

No ar, uma atmosfera que, apesar do forte vento que se fez sentir, manteve o seu espírito festivaleiro e boa disposição em geral.

Após uma visita aos stands da TAP, onde se pode simular um voo acrobático, ou da CONTROL, onde vários se divertiam em jogos no ecrã grande, o público começou a aproximar-se do Palco Santa Casa, onde a banda bracarense We Find You iria abrir oficialmente os três dias de festival.

We Find You

Passam dez minutos da hora quando David Dias e Miguel Faria, membros e fundadores da banda, iniciam aquilo que será uma viagem introspetiva, de relaxamento e de ponderação, com temas originais como “I Am”, “Rush”, “Life Goes On” e “Lembra”.

Após uma boa dose de originais, por entre as rajadas de vento típicas da beira-mar, a banda recorda que começaram como sendo uma banda de covers e faz a sua interpretação do tema “Youth”, dos Daughter.

O público, a pedido de David Dias, cantou ainda com a banda os temas “Rage” e “Freedom”.

É a primeira vez que a banda se apresenta num festival, mostrando ao longo do concerto um agradecimento geral ao público que os acompanhou e, para reforçar a sua performance, tocaram pela primeira vez com baterista e baixista.

Waze

No Palco KIA Digital Stage, estreante no Marés Vivas, a sensação da internet Waze apresentou-se e pôs toda a gente a dançar.

O jovem de 17 anos deu espetáculo com os seus remixes e interpretações de músicas de funk brasileiro e hip hop, entre outros temas, no palco que irá receber nos próximos dias celebridades da internet como Kazzio e SEA.

Fernando Daniel

Baladas, baladas e mais baladas preencheram o concerto de Fernando Daniel. Natural de Estarreja e com 21 anos, o cantor já participou no “Factor X”, no Festival da Canção 2018 e no “The Voice Portugal”, tendo vencido o último.

O público aproximou-se do Palco Santa Casa ao som das batidas daquele que seria um concerto cheio de emoção e sentimento. Apesar do vento e da poeira no ar, os festivaleiros cantaram e dançaram com Fernando.

Entre originais, também houve espaço para covers de temas como “Rolling in the Deep” e “Hello” de Adele ou “Shape of You” de Ed Sheeran.

O público esperou ansiosamente até o fim do concerto para ouvir o hit de Fernando Daniel, “Espera”. Entretanto, no Palco MEO, Manel Cruz preparava-se para tocar e respondeu, satiricamente, que efetivamente iria “esperar” por ele.

Manel Cruz

Antigo membro de projetos como Ornatos Violeta, Foge Foge Bandido, Pluto e Supernada, Manel Cruz apresentou-se em palco de forma informal e casual.

“Ora viva, tá tudo?”, foram as primeiras palavras proferidas pelo artista, seguidas de um “Vamos a isto” que marcou o início do concerto e em específico dos concertos no palco principal do festival.

Apresentando vários temas do seu repertório como Capitão Romance (Ornatos Violeta), aproveitou a oportunidade para interpretar alguns singles mais recentes, como “Ainda não Acabei” e “Cães e Ossos”.

Seguiu-se o concerto com o pôr-do-Sol e com a boa disposição de Manel Cruz, que se apresentou com aqueles que, apesar de o projeto ser a solo, participaram na composição dos singles e na sua interpretação em palco, Nico Tricot, Edú Silva e António Serginho.

Goo Goo Dolls

Os Goo Goo Dolls, formados em 1986 em Buffalo, nos EUA, pisaram o Palco MEO passavam pouco das 23h. O vocalista, John Rzeznik, liderou o concerto e esteve num constante contacto com o público, proferindo pelo meio não só as palavras mais conhecidas pelos artistas como “Olá” e “Obrigado”, mas a ousada frase “Posso falar em inglês?”. Aliás, Rzeznik apresentou-se como sendo “a nervous american”.

O concerto deambulou por vários temas da banda, mais recentes e mais antigos, como “Name”, “So Alive”, “Black Balloon”, “Free of Me” e, a canção mais esperada pelo público, “Iris”, que se fez esperar até ao fim do concerto para aparecer.

Jamiroquai

A banda britânica Jamiroquai, liderada por Jay Kay (que saliente-se está na terra natal de seu pai), trouxe o seu funk futurista e eletrónico para o Palco MEO. Fundada em 1992, a banda conta com o recorde Guinness “Book of World Records” para o álbum de funk mais vendido de todos os tempos.

Com o seu mais recente álbum “Automaton” em mão, não esquecendo os seus temas mais conhecidos, os Jamiroquai avançaram com todo o gás num concerto em que difícil seria ter-se mantido quieto, tal era o nível de animação e vontade de se mexer ao som da música que a banda transmitem com os seus temas, desde o clássico “Cosmic Girl” até “Use the Force”, passando por “Light Years” e “Alright”.

E claro, Jay Kay trouxe mais um dos seus chapéus únicos e originais, que têm um papel fulcral no espetáculo.

Richie Campbell

Ricardo Dias de Lima Ventura da Costa, melhor conhecido por Richie Campbell, é atualmente a maior referência do Reggae cantado em português. Nascido em Mortágua, acabou por crescer e viver em Lisboa, tendo o ambiente multicultural da cidade moldado a diversa sonoridade da sua música, em palavras dele, “cresci a ir a festas de Reggae e Dancehall, a ouvir mornas na rua, afro-beats em discotecas, ou antes disso ainda, a ouvir R&B e HipHop na escola”.

A animação era total, a vontade de dançar ao som da música era intoxicante. Richie veio ao Marés Vivas apresentar a sua nova mixtape, “Lisboa”, no entanto, não deixou para trás temas mais antigos, como “Love is an Addiction”, “That’s How We Roll” e “Blame It on Me”.

Mundo Segundo

Para fechar aquele que foi o primeiro dia do festival, o mítico Mundo Segundo, referência do Hip Hop nacional, tendo uma larga carreira a solo e com o conjunto Dealema.

Foi no Palco Moche que se deu o último concerto do dia.

Assim decorreu o primeiro dia do festival, entre vento, poeira no ar e muito boa disposição, boa música e muito entretenimento.

 

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