MILHÕES DE FESTA: FESTIVAL ABRE COM VULTOS NUMA CAVE

Começou da melhor forma o festival minhoto. Ao início da tarde do dia 6, com a abertura da bilheteira e do campismo, chegavam os primeiros festivaleiros para ocuparem as sombras do Parque da Cidade. A feira de Barcelos, mesmo ali ao lado, ajudava a compor o contraste entre tradicional e alternativo. Mas foi o concerto de abertura que impressionou. Com encontro marcado no Palco Cidade – cuja localização é anunciada duas horas antes do concerto -, o espetáculo arrancou com os Ensemble Insano três pisos abaixo do chão. Com entrada no jardim junto da Igreja Matriz, os festivaleiros foram levados da superfície para uma cave escura e claustrofóbica. Lá dentro, os bustos dos Ensemble cercavam o público e ao acender da primeira luz, o som evadiu o espaço numa experiência sensorial turbulenta e psicadélica.

Enquanto isto, a Favela Impromptu abria o Palco Taina com a Adega Cooperativa de Marte. Marcadamente trippy, um conjunto de sopros confluíam com os sintetizadores, proporcionando uma banda sonora tranquila. Após a Adega, foi o concerto dos veteranos Indignu, banda ‘cá da terra’, a abrir o Palco Milhões. Concerto que contou com a participação de Ana Deus. Apocalíptico e sombrio, o concerto acompanhou a chegada de mais festivaleiros ao parque fluvial. Ainda assim, o primeiro dia gratuito teve pouca adesão. A Favela Discos continuou a animar o Taina noite dentro, pegando na festa minhota e transcendendo-a. De destacar, os Amigos da Anta que tradicionalizaram a rave, numa dança frenética de lenços na cabeça.

Moor Mother e DJ Haram puseram as pessoas a dançar, na forma de 700 Bliss. O clubbing chegou ao recinto, seguido do groove mauskoviqueano. Os ritmos da cumbia evadiram o recinto no momento em que o público aumentava. Já mais disposta para o movimento rítmico, a plateia viu Aerobica subir ao palco para a festa que encerrou o dia gratuito do festival.