Cultura
MICAR 2018: O ANTI-RACISMO NA SÉTIMA ARTE
Os temas debatidos durante a Mostra foram vários, entre eles a semelhança entre o apartheid da África do Sul e o atual regime de repressão que o governo israelita aplica aos palestinianos (no filme Roadmap to Apartheid), e a ascendência de partidos extremistas, outrora desconhecidos pela população geral, a altos cargos da política em vários países da Europa (no documentário Golden Dawn Girls). Além dos temas já mencionados, a crise dos refugiados que se faz sentir em sítios como a Grécia, a Turquia e o Paquistão foi outra temática debatida durante a Mostra, com o documentário Human Flow, do chinês Ai Wei Wei.
Contando com filmes como os clássicos 12 Angry Men, de Sidney Lumet, e Black Venus, do francês Abdellatif Kechiche, a Mostra teve também direito a várias intervenções e debates por parte de figuras ilustres, como Senka Neuman-Stanivukovic (professora de Cultura Europeia na Universidade de Gronigen) e Alda Sousa (eurodeputada do Bloco de Esquerda entre 2012 e 2014), que permitiram uma mais profunda análise dos filmes apresentados. Também após a exibição da curta Dignidade, de Catarina Príncipe e Pedro Rodrigues, que retrata a situação duma família cigana de Ovar, os dois realizadores estiveram presentes e discutiram sobre o filme e sobre a sua mensagem com a audiência, tendo havido ainda espaço para uma intervenção de dois membros da comunidade em questão.
Assim, a Mostra Internacional de Cinema Anti-Racista celebrou a sua quinta edição no Teatro Rivoli, tendo trazido filmes e debates que percorreram o conceito e as consequências de ser aquilo a que se designa como minoria, ilustrando exemplos que foram desde os sami da Suécia até aos aborígenas da Austrália, passando ainda pelos ciganos em Portugal e elucidando assim as audiências sobre a realidade, tanto atual como no passado, destas comunidades.