Cultura
MARIA GADÚ: O CALOR PAULISTA NA INVICTA
O espetáculo que Maria Gadú trouxe a Portugal inclui alguns temas de um outro que tem feito no Brasil, em homenagem a Cazuza, um dos maiores compositores de música brasileira, mas também inclui músicas próprias.
A primeira parte é protagonizada por Marco Rodrigues, um fadista português e grande amigo da cantora. Por volta das 22h35 ouvia-se chamar “Gadú, Gadú, Gadú” do meio da plateia. Já com as luzes baixas, Maria Gadú, acompanhada por instrumental, entra pelo corredor principal e inicia o espetáculo a recitar, precisamente, Cazuza: “O tempo não para”.
Ao longo de mais de hora de espetáculo, foi alternando as suas músicas com as dos compositor. Canções como “O nosso amor a gente inventa”, “Medieval” e “Linda Rosa” não faltaram no repertório interpretado pela cantora paulista.
Durante o concerto, classificado pelos espetadores como “intimista” e “envolvente”, a artista foi respondendo timidamente aos elogios que se soltavam da plateia. A sua energia, envolvência e sentimento com que interpreta as canções não deixaram ninguém indiferente.
Falando abertamente sobre a Copa do Mundo e todas as contradições que lhe estão associadas, Gadú criticou acerrimamente um país que gasta milhões de reais em estádios de futebol, quando a educação e a saúde têm muito onde melhorar.
A cantora mostrou-se, também, muito feliz com os laços culturais cada vez mais fortes entre o nosso país e o Brasil e “privilegiada” por falar a língua portuguesa.
Maria Gadú começou a tocar piano aos sete anos e três anos depois já tinha a sua primeira banda, altura em que compôs também um dos seus primeiros grandes sucessos “Shimbalaiê”. Nomeada já por duas vezes para o Grammy Latino, nas categorias de Artista Revelação e Melhor Albúm, Maria Gadú é uma das mais jovens e acarinhadas “embaixadoras” da Música Popular Brasileira.
O seu último disco, classificado pela cantora como sendo de “celebração”, foi editado em 2013 e intitula-se “Nós”. Contou com a participação de nomes sonantes do panorama musical brasileiro como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Ana Carolina.