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Cultura

PORTO/POST/DOC 2018: O FESTIVAL DO “CINEMA DO REAL” ESTÁ DE VOLTA

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Mais um ano, mais uma voltinha e… Nove dias de Porto/Post/Doc. O Porto recebe o início de uma nova edição do festival já hoje, dia 24, com um programa que vai muito além de filmes: pelas ruas da cidade, entre conferências, concertos, festas, exposições e programas para famílias, discutem-se as fronteiras entre o real e a ficção.

O Porto/Post/Doc decorre até 2 de dezembro nos locais habituais – Teatro Municipal do Porto – Rivoli, Cinema Passos Manuel e Cinema Trindade – mas este ano, a galáxia também é palco de projeção de filmes, com sessões no Planetário do Porto. A Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e a Escola das Artes – UCP são ainda lugar de algumas exibições.

"Sobre Tudo Sobre Nada", de Dídio Pestana.

“Sobre Tudo Sobre Nada”, de Dídio Pestana.

A edição de 2018 é voltada para o tema “Ficções do Real”, mas é na Competição Internacional que o festival ganha vida. De entre os catorze filmes selecionados, dois são portugueses: o documentário Sobre Tudo Sobre Nada, de Dídio Pestana, que integrou o cartaz do último Festival de Locarno, e Hálito Azul, um filme onde Rodrigo Areias nos leva até à comunidade piscatória da Ribeira Quente, na ilha de S. Miguel, nos Açores.

Na secção de Cinema Falado, o Porto/Post/Doc 2018 apresenta uma seleção versátil: por um lado, apresenta filmes que dialogam com o universo das artes visuais, e, por outro, películas que se aproximam de aspetos específicos da cultura portuguesa, como se pode ler no site do evento.

Destaca-se ainda a estreia mundial de Levantados do Chão, de Daniel Blaufuks. O artista e cineasta português estará presente na sessão para apresentar o filme, que será exibido em conjunto com Judenrein, filme que também realizou.

"A Volta ao Mundo Quando Tinhas 30 Anos", de Aya Koretzky, em exibição a 27 de novembro no segmento de Cinema Falado.

“A Volta ao Mundo Quando Tinhas 30 Anos”, de Aya Koretzky, em exibição a 27 de novembro no segmento de Cinema Falado.

Ainda no segmento do festival dedicado a filmes em língua portuguesa, destaque para Portugal Tem Lata, de João Trabulo e Rui Pregal da Cunha, Terra Franca, que marca a estreia de Leonor Teles na longa-metragem, e Deux, Trois Fois Branco, documentário de Boris Nicot sobre o produtor português Paulo Branco. Curiosamente, Paulo Branco estará presente no Fórum do Real para debater a produção cinematográfica a 28 de novembro.

O Porto/Post/Doc apresenta também, como forma de homenagem a dois grandes nomes da história do cinema português, uma retrospetiva integral da obra de António Reis e Margarida Cordeiro, no segmento Retrospetiva Reis/Cordeiro. Esta seleção de produções inclui versões digitalizadas de vários filmes da dupla.

kaiser

“Kaiser: The Greatest Footballer Never To Play Football”, de Louis Myles, dá o arranque do festival.

A maior obra de António Reis e Margarida Cordeiro, Trás-os-Montes, destaca-se também nas exibições do Rivoli, por estar diretamente relacionada com a temática da edição deste ano. Também no programa Fórum do Real é dedicado um painel ao cinema de Reis e Cordeiro. É aqui que se debatem as questões do real e da ficção de forma mais direta, através da análise de perspetivas diferentes.

O festival inicia com a exibição de Kaiser: The Greatest Footballer Never to Play Football, de Louis Myles, no Cinema Trindade. Na cerimónia de entrega de prémios, por sua vez, relembraremos Prince com Sign O’ The Times. Matangi/MAYA/M.I.A., de Steve Loveridge, encerra os nove dias de festival.

Ao todo, o Porto/Post/Doc 2018 abarca vinte e oito programas diferentes, pelo que, como festival que é, também dedica algumas secções somente ao divertimento. O programa completo pode ser consultado aqui.

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