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HAROLD PINTER “REGRESSA” AO SÃO JOÃO

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O pano abre-se no antigo teatro portuense. João Perry logo aparece, trazendo no corpo Max, o pai efusivo e amargo de uma família de rapazes. Juntam-se a ele Jorge Silva Melo (irmão Sam), Elmano Sancho (filho Lenny), João Pedro Mamede (filho Joey), Ruben Gomes (filho Teddy) e Maria João Pinho (esposa de Teddy).

Não se afastando do seu estilo muito próprio, Pinter desenhara um “cenário tradicional do realismo oitocentista” como descreve Jorge Silva Melo, que o reproduz no palco do Teatro Nacional de São João. A peça de 1964 desenvolve-se num ambiente tipicamente britânico, onde se intromete uma brisa americana, Teddy, o filho mais velho que “regressa a casa”.

Pinter desenrola o enredo num jogo de “perguntas sem resposta, respostas sem pergunta”, onde a linguagem, não apenas falada, é a chave da peça. Ouvem-se os silêncios, lê-se nas entrelinhas.

Num ambiente tumultuoso, em que imperam os mal entendidos e as frases, vão surgindo jogos sexuais e intimidades pouco comuns, em que a esposa de Teddy é o “alvo” principal. A apatia dos homens face às atitudes dos familiares faz a história guiar-se por um fio condutor de frieza, um tanto perturbador e doentio.

Esta é uma das mais consagradas peças de Harold Pinter. Para muitos a obra-prima do autor, “O Regresso a Casa” ganhou, em 1967, um Tony para Melhor Peça do Ano.

 

 

1 Comment

  1. Francisco

    01/07/2014 at 22:38

    Fui ver e não gostei. Bem sei que a crítica gostou. Mas achei as personagens pouco convincentes, a tradução não agarra o espectador e no final o tempo custou a passar. Apenas a visão de uma pessoas que gosta de teatro e pensa pela sua cabeça, sem ligar à crítica.

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