Cultura

A AULA DOS CICLO PREPARATÓRIO NO CCOP

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Se é para Perder, Que Seja de Madrugada é o nome do mais recente álbum dos Ciclo Preparatório, que, no passado sábado, deram um concerto no Centro Católico de Operários do Porto (CCOP) para o apresentar.

A sala ainda deixava espaço para mais fãs quando a banda entrou em palco, ao som de “In da Club”, tema clássico de 50 Cent (provavelmente uma maneira de chamar a atenção de quem já se encontrava no auditório). Finalmente, instrumentos afinados, os primeiros acordes de “Melhores Dias Hão-de Vir”, tema do novo álbum, começam a soar. Junto com a música, uma pequena coreografia rapidamente espalha-se por entre as primeiras filas do público. A noite promete.

Segue-se “Montes da Beira” e o ambiente de boa disposição e boas vibras instala-se no público, que prontamente se soltou e entrou em transe com a música do Ciclo Preparatório.

A banda prossegue a uivar intensamente, sendo que o público parece responder ao chamado com mais uivos. Um início perfeito para o tema “Dançando com Lobos”.

Com um ambiente íntimo, muito próximo da banda e em grande sintonia, começam a ouvir-se os primeiros acordes do tema mais conhecido da banda, “Lena del Rey”. Se até agora se sentia uma grande sintonia entre o público e a banda, foi neste tema que o auditório inteiro se pareceu unir para cantar em conjunto, palavra por palavra.

Depois de tanta dança e animação, é preciso recuperar o fôlego. Assim sendo, a banda aproveita para conversar brevemente com o público, anunciando o novo álbum e agradecendo pela presença. Segue-se uma série de temas desde o novo trabalho, num registo mais íntimo e quase meditativo. “Ícaro”, “Lágrimas Curam Multidões” e “Por Quem Os Sinos Dobram” foram os temas desta etapa mais calma do concerto.

“Chegou o momento do aconchego”, anuncia João Graça enquanto se senta no palco e Francisco Macedo troca para uma guitarra acústica, sinais claros de que vinha aí um momento efetivamente aconchegante. Foi “Caravela” o tema que uniu Ciclo Preparatório e o público num abraço cálido. Benedita e Constança Gonçalves tomaram as rédeas do concerto, dando uma tocante performance que ficou sem dúvida no coração de todos.

Seguiu-se “Cidade Adormecida”, mas o concerto começou a regressar ao seu registo inicial enérgico e intenso, com mais um tema ex libris da banda: “A Volta ao Mundo Com a Lena d’Água”. Prontamente todo o público estava a dançar excentricamente ao ritmo da música.

“O Labirinto” definiu mais um momento de grande animação e vontade de abanar a cabeça no auditório do CCOP, marcando simultaneamente o início do fim do concerto. Houve ainda espaço para um pequeno solo de guitarra e bateria que pôs todo o público a delirar.

As luzes baixaram e João Graça aproximou-se de Francisco Macedo, começando de maneira quase tímida a tocar “Entre o Voo e o Sonho”. O som e a intensidade da música cresceram gradualmente, acabando num êxtase de sonoridades ao qual ninguém ficou indiferente, naquela sala. O fim do concerto via-se próximo mas ninguém tinha vontade de ir para casa.

A banda pousou os instrumentos e agradeceu, saindo de palco. No entanto, o público pedia mais, não estava pronto para dar por terminado o concerto. Finalmente, após alguns chamados, Ciclo Preparatório retornam ao palco. “Casa da Lamarosa” e “A Carpideira” foram os temas escolhidos para fechar a noite.

Uma montanha-russa de sentimentos invadiu a alma de quem se encontrava na sala. No espaço de quase duas horas, deu para dançar e pular, mas também deu para abraçar-se a quem estava próximo e ter momentos de reflexão e de transe com a música da banda. Sem dúvida o novo álbum dos Ciclo Preparatório e a sua performance ao vivo refletem a qualidade da banda que desde 2012 tem vindo a surpreender cada vez mais.

 

 

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