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Cultura

BRANKO TRAZ O SOM DA NOVA LISBOA AO PORTO

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“Nosso” é o segundo álbum de Branko, nome de palco de João Barbosa. Conhecido como DJ, produtor musical e um dos fundadores do grupo musical Buraka Som Sistema, Branko é muito mais do que se lê nas biografias que aparecem na Internet. Sempre a quebrar barreiras, decidiu lançar um trabalho que representasse a si próprio e o que o rodeia – então fez um disco de todos. E tal como indica o nome do disco, Branko não podia deixar de vir sozinho na sua tour. Acompanhado da Enchufada, editora discográfica – que foi fundada por si e Kalaf Ângelo -, o artista português trouxe alguns convidados especiais: Rastronaut, Jamz Supernova, PEDRO e Riot, que também foi membro dos Buraka Som Sistema.

A noite aqueceu com a chuva de sons tropicais de Rastronaut, nascido João Silva. O DJ e produtor português, que aposta no estilo bass global e inclusivo, deu ao público desde batidas africanas a brasileiras, gravitando por sons universais.

Em seguida, deu-se início à primeira colaboração da noite: Branko e Jamz Supernova. Jamz é uma DJ e locutora de rádio inglesa. Com apenas 24 anos, já é residente no programa 1Xtra’s da BBC Radio, e trouxe ao Porto uma amostra do future bounce que apresenta no país natal. Enquanto Branko dava ao público algumas das batidas africanas que caracterizam as noites lisboetas, Supernova focou-se em sons mais electrónicos, com mistura do dance hall.

“Posso começar uma viagem pelo Nosso?” Pergunta Branko, mais uma vez, para reforçar o início do set com as músicas do seu mais recente trabalho, num momento a solo. Nosso é descrito como um álbum conjunto, feito de um trabalho colectivo, tanto dos artistas que colaboraram nele, como da sua maior inspiração: a cidade de Lisboa. A capital, que é marcada pela diversidade cultural, é caracterizada pela influência lusófona. “Tudo Certo”, um dos singles do álbum, com participação do músico Dino D’Santiago, foi a que recebeu melhor recepção, desde cânticos e assobios intermináveis a rodas de dança bastante animadas. Mas Branko deu ao público o que a Enchufada é conhecida por fazer: festa. Animado, chamou o público ao palco e iniciou um set de afro house com um toque de kuduro, levando a sala ao rubro.

Para continuar a festa, juntou-se PEDRO, o seu terceiro convidado. Numa hora de viagem de sons africanos, os Maus Hábitos vibrou no momento em que Branko introduz o seu quarto convidado: “Porto, acho que vocês já sabem quem ele é” – era Riot, o seu antigo companheiro dos Buraka Som Sistema. Para agradar os fãs, Branko disse que desafiou Riot a recriar o set que a dupla fez num dos seus últimos concertos, como grupo, em 2013 – e não desiludiram. A química era visível e a satisfação de quem se mexia ao som era gratificante. Quem por lá andava desde o início não acreditava que já se passavam quase cinco horas de música.

Um dos principais objectivos de Branko ao lançar este trabalho é de destacar o “novo som de Lisboa”, ao cruzamento de ritmos lusófonos com a música portuguesa. A Enchufada já é conhecida por produzir sons de influência global, e de incendiar as pistas com os seus artistas, nomeadamente nos Maus Hábitos, que é o local de residência dos artistas da gravadora.

A festa terminou com uma pista incendiada e sede por mais.

Fotografia de Clara Guedes Teixeira

Fotografia de Clara Guedes Teixeira

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