Cultura
GUIMARÃES ENTROU NO ODEON HOTEL DOS DEAD COMBO
O grande auditório do Centro Cultural Vila Flor encheu-se pela segunda vez em menos de uma semana. Depois de, a 24 de fevereiro, receber The Tallest Man on Earth, este sábado foi a vez de os Dead Combo subirem ao maior palco da sala de espetáculos vimaranense.
A tour de lançamento do álbum Odeon Hotel era a razão da visita da banda a Guimarães, mas não se prendeu ao disco mais recente no seu concerto. De “Deus Me Dê Grana” a “Cuba 1970”, passando ainda por “Lusitânia Playboys”, faixas de toda a discografia acabaram por estar presente nesta atuação.
O concerto, já se sabia, ia integrar dois convidados especiais: Alain Johannes (que já trabalhou, entre outros, com Queens Of The Stone Age, PJ Harvey e Chris Cornell) e Mark Lanegan (também ele com passagens por inúmeros projetos bem-sucedidos, dentre os quais se destacam os Screaming Trees ou, como Johannes, os Queens of The Stone Age). Subiram ao palco à sétima música.
Lanegan, sempre no seu jeito desconfortável e tímido, cantou três músicas e saiu de palco para nunca mais voltar – exceção feita nos agradecimentos finais -, ainda a terceira não tinha acabado. Já Alain ficou até ao fim. O que não se sabia – ou não se tinha a certeza – era se Pedro V. Gonçalves, a lutar contra uma doença grave, iria marcar presença. Foi, portanto, natural a receção efusiva que teve quando se apresentou. Antes da entrada de Pedro, todo o grupo havia deixado o palco, sobrando apenas Tó Trips. Com o seu estilo inconfundível, Tó disse, “Falta agora chamar a outra metade da banda. Pedro, anda cá”. “Tocamos isto anteontem [no concerto em Lisboa, no Coliseu dos Recreios], mas já não tocávamos juntos desde Agosto”, explicou, antes de Pedro pegar numa guitarra acústica e tocar os acordes iniciais de “Esse Olhar Que Era Só Teu”.
Impossíveis de ignorar eram as animações projetadas atrás dos músicos, que ajudaram a criar o ambiente para a primeira metade do concerto. A partir de determinada altura, as projeções foram substituídas por um efeito de sombras, que mais tarde se viriam a revelar ser cerca de duas dezenas de pessoas colocadas num andaime, no fundo do palco. Aí ficaram, até final, a dançar ao som de Dead Combo.
Depois de uma hora e meia de concerto, Tó Trips anunciou o seu fim com a música “Theo’s Walking”. Este fim foi, claro, falso. Para o encore, todos os figurantes desceram do andaime; ocupavam agora o palco, dançando aos pares. O verdadeiro fim do concerto chegou com “Lisboa Mulata”, o grande êxito do duo, eternizado graças ao programa “Anthony Bourdain: No Reservations”. Uns bons dois minutos de ovação em pé por parte da plateia deu lugar à despedida dos Dead Combo de Guimarães, naquela que foi a terceira vez da banda na cidade-berço.