Cultura

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS CELEBRADAS COM DANÇA NO COLISEU

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O espetáculo que o Ballet Nacional da China trouxe ao Porto dividiu-se em três partes, com excertos de “Giselle”, “The Yellow River” e “Carmen”, três obras marcantes que deixaram o público rendido à sincronia e técnica apresentadas em palco.

Ao som de Adolphe Charles Adam, o público encontra em “Giselle” um bailado marcadamente romântico, em que as Wilis – mulheres com poderes sobrenaturais que conseguem fazer com que homens morram através da sua dança -, apesar das expressões vazias, cativam o público com excelente coordenação e execução técnica. Dos solistas esperava-se talvez maior envolvimento emocional, mas a sua brilhante e rigorosa técnica colmatou essa falha. A coreografia de Jean Coralli, Jules Perrot e Marius Petipa, sob direção de Feng Ying, foi uma ótima maneira de iniciar um espetáculo que mergulhou o público no ballet clássico e na sua tradição.

Numa segunda parte, sem intervalos, foi apresentada “The Yellow River”, uma peça de simbolismo histórico e nacional. Inspirada no Rio Amarelo e em eventos da Guerra Sino-Japonesa, Yin Chengzong, Chu Wanghua, Sheng Lihong e Liu Zhuang, com adaptação de Xian Xinghai, criaram melodias com sons tipicamente chineses, conferindo destaque ao piano, que logo transporta o público para um ambiente tipicamente asiático.

A música motivou a coreografia de Chen Zemei, que funde a técnica clássica com o movimento contemporâneo. Os bailarinos movem-se no palco em uníssono; através de movimentos ritmados e sincronizados, com algumas acrobacias, simbolizam o “grande espírito da China”, embebido no trabalho com vista ao bem comum e na união.

Os figurinos de tons alaranjados são essenciais na transmissão desse espírito, dando uma limpeza visual importante, devido ao número de corpos em palco. “The Yellow River” é um bailado único, que surpreende não só pelos movimentos como pelo numeroso corps de ballet, tanto masculino como feminino, que mereceu uma ovação em pé por parte de toda a sala.

Fotografia: Giulia Pedrosa.

Inspirado na ópera de Georges Bizet, Rolland Petit transportou o público para Sevilha com “Carmen”. Num clima de sedução, os bailarinos interpretam as personagens com toda a expressividade e carisma que exigem. Os seus movimentos juntam à técnica clássica as danças tradicionais espanholas.

Fotografia: Giulia Pedrosa.

Este espetáculo do Ballet Nacional da China foi o produto de uma iniciativa de Rui Moreira e do embaixador da República Popular da China em Portugal, que trouxe ao Porto dança clássica de qualidade e acessível a todos. Foram celebradas em grande as relações diplomáticas dos dois países.

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