Cultura
UMA MÃE, UMA HOSPEDARIA E UM COELHO
O quarto dia do Curtas Vila do Conde começou mais cedo com destaque para filmes vindos da Roménia. A audiência, ainda sonolenta, acordou para um Tango com Anita e ficou até The End. Dupa Un An trouxe a história de uma mulher que conhece o homem que matou o marido e “Colectia de Arome” mostra a luta de Victor e do pai para garantir a medicação da sua mãe.
Zidane: a 21th Century Portrait e Forza Bastia assinalam mais uma sessão de ForadeJogo! com uma conferência que reúne Eduardo Brito e João Rosmaninho. Zidane X Bastia: A Game of Opposites surge com o intuito de apresentar “as ressonâncias (não inteiramente óbvias) entre dois grandes filmes sobre futebol”.
Kelly Reichardt continua em foco, desta vez com O Atalho, alvo de algumas comparações por parte da audiência que ocupou a sala 2. “- Ouvi dizer que este é o melhor dela. – Quem te disse isso não percebe nada disto.”
Chegam-nos os últimos filmes das universidades e politécnicos com mais uma exibição de TakeOne!. A tela assume outros tons com Fuchsia de Inês Chelo e a curta de animação que marca a sessão é Alda de Ana Cardoso, Filipe Fonseca, Liliana Sobreiro e Luís Catalo. Tiago Brito apresenta Rio Turvo e Diogo Allen transporta-nos até Lazareto. TakeOne! finda num Vulto de Diogo Baldaia. O Curtas despede-se, assim, de um dos programas que levou mais espectadores às salas do Teatro Municipal, preenchidas pelas famílias dos participantes e visitantes interessados nos projetos da nova geração de realizadores portugueses.
Antes da sala escurecer, Zeroville de Sérgio Ribeiro é o título que paira nas conversas daqueles que tomam o seu lugar na primeira série de curtas nacionais em competição. O espaço ilumina-se com The First Light de Mariana Gaivão e já alguns espectadores sussurram a sinopse do filme de Pedro Neves, Hospedaria. É o encontro com Elias Geißler em Le Boudin de Salomé Lamas que recebe as últimas palmas.
À competição nacional sucede a internacional com animação de The Obvious Child, que traduz a complicada relação entre um coelho e a sua dona. Segue-se Trece Si Prin Perete e o filme de Charlotte Glynn consegue A Receção Imaculada do público. The Claustrum é recebido com alguma confusão daqueles que se vão levantando: “- O último pareceu-me mais complexo. – Eu não percebi nadinha, sabes, também sou capaz de ter adormecido em algumas partes.”
A segunda e nona sessões da Competição Internacional são as que levam mais pessoas ao Curtas ao lado de Stereo. Vítor Rua e Chris Cutler dão acompanhamento musical a Nostra Fides no evento mais animado do dia. “- Foi altamente. Há disto? Filmes-concerto? Tenho de comprar bilhetes para o próximo!”.
A exposição Aventura Antonioni encontra no Teatro Municipal um programa paralelo com a exibição de uma dezena de obras do cineasta italiano. O Solar – Galeria de Arte Cinemática dá aos visitantes a possibilidade de explorar “as relações entre o Cinema e as práticas artísticas contemporâneas” com uma exposição coletiva de filmes de Stephen Connoly, Christoph Girardet, Matthias Muller, Anri Sala, Clemens V. Wedemeyer e Nicholas Provost inspirados no legado de Antonioni.
O Solar alberga a Aventura Antonioni até 7 de agosto. A sessão de encerramento do Curtas está marcada para Sábado e os visitantes podem assistir aos filmes premiados no Domingo.