Cultura
FAUP FEST 5.0: O ENCERRAR DE MAIS UM CICLO
Reconhecida como uma das faculdades mais culturalmente ativas da Academia do Porto, e depois de um ano repleto dos seus já célebres churrascos e convívios, a FAUP terminou o ano letivo com o seu próprio “Fest”.
Escondida atrás da Faculdade de Ciências e com vista privilegiada para o rio Douro, montam-se três palcos nos jardins da faculdade para proporcionar uma noite repleta de música variada, passando do samba ao trap mas nunca largando o rock. Faz-se a festa com mais de uma dezena de bandas, que, desde o fim da tarde até às altas horas da noite, trazem vida e muita gente a esta celebração cultural.
O cartaz, composto principalmente por bandas portuguesas, conta com bastantes nomes “jovens” mas também algumas bandas mais conceituadas. Os Sunflowers, com o seu surf rock, não pouparam o público e contagiaram com a sua energia; os Gator, the Alligator representaram o crescente psych rock, cada vez mais ouvido pelo país fora; os bracarenses Travo trouxeram uma lufada de ar fresco ao já “consumido” post-rock e mereceram grandes aplausos no Palco Carlos Ramos.
Samba Sem Fronteiras acalmou os ânimos mas continuou a festa; composto por “brasileiros portuenses”, o grupo trouxe outro tipo de movimento ao alegre público na FAUP. Mais tarde, Vives les Cônes reviraram os passos com a sua “máquina de dança” eletrónica. Mas o momento alto da noite viveu-se cedo, com a subida ao Palco Toca de O Gringo Sou Eu (que mais tarde regressaria com os Samba). O músico brasileiro explora a sua revolta e o seu ativismo na forma de hip-hop reacionário: junta-se ao público e partilha as suas experiências, cantando contra o machismo e contra o fascismo. Ouve-se “Ele Não” durante as pausas das músicas. Num concerto com tanto peso político e social em jogo, Frankão consegue animar uma plateia inteira.
Logo após a semana de Queima das Fitas, a adesão deu-se em peso: os cartuchos não estavam todos queimados no meio estudantil, e a FAUP Fest é uma prova que nem toda a atividade cultural proporcionada à Academia chega para satisfazer a diversidade dos estudantes do Porto.