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Cultura

CONAN OSÍRIS VEIO CURAR A RESSACA DA INVICTA

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A sala de espetáculos do Maus Hábitos estava completamente esgotada para receber Conan Osíris. O artista que ganhou destaque nacional pela recente participação na Eurovisão 2019 regressou à Invicta em antecipação à sua presença no festival Super Bock Super Rock.

Os presentes ainda tiveram de esperar quase vinte minutos depois da hora marcada, mas não deixaram de receber o cantor em euforia. A entrada em palco foi feita com a ausência notável do dançarino João Reis Moreira. Conan Osíris coloca-se diante do microfone, respira fundo e, de olhos fechados, começa a cantar a cappella “Beija Flor”. Não é preciso “ter uma Nintendo” para entender a qualidade vocal do artista.

O público aplaude e grita no final do cântico. “Como é que é, bebés?”, pergunta Conan, enquanto “BORREGO” começa a tocar pelas colunas e João entra em palco a dançar. O refrão é repetido aos berros por toda a sala, uma amostra do ambiente que se verificou durante a atuação inteira.

“Já estava ressacado de vocês! Vim cá curar a minha ressaca”, diz Conan no final da canção. “100 PACIÊNCIA” é a próxima e, mais uma vez, a audiência do Maus Hábitos mostra como conhece as letras. “Assim vão matar um gajo”, reage o artista ao apoio dos presentes.

Chega a vez de um inédito, “Cartomancia”, próximo sonoramente dos trabalhos antigos e mais eletrónicos. No entanto, “Mandar-te P’ro Baralho”, entre outras brincadeiras que as palavras fazem entre si, assemelham-se ao álbum mais recente. É lá que Conan regressa, de seguida, com “BARCOS (BARCOS)”.

“Faz um ano que estivemos aqui [Maus Hábitos]. Se não é um ano, está lá perto”. Verdade Conan, foi a 16 de junho, do ano passado, a primeira atuação no Porto. “Neste ano a única coisa que me aconteceu foram vocês. De resto, isto está bué seco.”, diz a rir.

O tema “CORUJA” é o próximo. Uma das características da música de Conan Osíris e, subsequentemente, dos seus espetáculos, é a energia visceral que as canções e os próprios artistas em palco transmitem ao público. Toda a sala do Maus Hábitos dançava, cada elemento à sua maneira, mas numa simbiose sensorial. “O outro até já tirou o robe”, aponta Conan, no final da faixa, quando João Reis Moreira se coloca em tronco nu.

Não há tempo para descansar e “TITANIQUE” começa a ouvir-se pelas colunas do espaço. Terminada a canção, Conan pergunta quem é que fala exclusivamente inglês e alguns membros da plateia manifestam-se. “Esta é dedicada a vocês”, declara antes de partir para “MISSINGU”.

Depois de “NASCE NAS AÇUCENAS”, o artista parou para uma reflexão: “Eu fico feliz quando vejo a humanidade a sanar os seus erros, pouco a pouco”. O público aplaude em apoio. “Estou bué sentimental. A lua deve estar em peixes”, conclui ao seu estilo e começa a cantar “NADA NADA NADA NADA”.

“A próxima nem vou dizer a palavra, para ver se eles sabem”. “DONA GLUTEUDA”, outro inédito, é o desafio inteiramente correspondido pelos presentes, com a expressão “gluteuda” a ser berrada sempre que lhes era pedido. Conan Osíris estava claramente descontraído e feliz durante o concerto e a boa disposição até levou a um cover a cappella espontâneo de Lana Del Rey, com quem partilha um dos dia do cartaz do Super Bock Super Rock.

O espetáculo aproxima-se do fim e isso significa a atuação dos temas mais populares. “ADORO BOLOS” é o primeiro e eletrizou o público. Era apenas um aquecimento para o que vinha a seguir. “Agora quero fazer uma merda nova. Alguns de vocês vêm para aqui e eu vou lá para trás para ver o meu show”. Cinco membros da audiência trocam de lugar com Conan e João. Os elementos em palco e todo o Maus Hábitos dançam “CELULITITE”, enquanto Conan Osíris canta e se movimenta por toda a sala.

Terminada a experiência, por sinal bem sucedida, todos regressam aos seus postos iniciais. Está na hora de “Telemóveis”, a canção que fez Portugal e a Europa ficarem de olhos em Conan. A interpretação foi das melhores que o artista já fez do tema, com destaque particular para as notas finais, e recebeu uma forte ovação da plateia. “A próxima é a última. Pois é, é aquela”, ou seja, era “AMALIA”, a derradeira faixa do seu primeiro EP.

Geralmente, o espetáculo ficaria por aqui, mas o Maus Hábitos mereceu um pouco mais. Sem sair do palco, até porque Conan Osíris confessa que não tem paciência “para esses encores“, o artista canta “QMD (Que Fosses Pó Caralho)”. No fim, faz um sinal de continência e declara: “Porto, a cidade Invicta”. Os dois artistas abandonam o palco e a sala aplaude por uma última vez.

Depois de uma noite intensa, com muitos berros e muita dança, a ressaca de Conan Osíris parecia tratada. O Porto aguarda pela próxima vez que o cantor precise de a curar.