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KELLY REICHARDT NO SEXTO DIA DO CURTAS DE VILA DO CONDE

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Assumindo cada vez mais relevância no panorama cinematográfico indie, a filmografia de Kelly Reichardt foi na tarde desse dia tema de um debate que, além de possibilitar a aproximação do público à realizadora norte-americana, teve igualmente a função de identificar, perceber e sistematizar os grandes eixos temáticos, formais e cinematográficos de uma obra que se iniciou em 1994 com River of Grass.

River of Grass foi igualmente exibido nesse último dia de In Focus como que para conferir simbolicamente um movimento cíclico e sistemático à filmografia de Kelly Reichardt. Sucesso crítico, selecionada para o Festival de Sundance, para o de Berlim, assim como para vários prémios do Independent Spirit Awards, River of Grass (tradução para inglês de «Everglades», zona pantanosa do sul da Flórida) debruça-se sobre questões identitárias e a maresia ressentida pelas camadas ditas “mais baixas” da sociedade norte-americana dos anos 90.

Filho da Mãe (Rui Carvalho) e Jiboia (Óscar Silva) encerraram o sexto dia do “Curtas” de Vila do Conde (Quinta-feira, 10 de julho) musicando In the Land of the Head Hunters (1914). Clássico dos primórdios do cinema, esse filme realizado por Edward S. Curtis, pretendia documentar a cultura dos aborígenes autóctones da costa da Colúmbia Britânica (Canada), nomeadamente o ato de decepar suas vítimas, através da dramatização das desventuras de Montana, jovem recém-casado da tribo Kwakwaka’wakw que vê sua noiva ser raptada pelo feiticeiro de uma tribo rival. Filho da Mãe e Jiboia souberam dialogar com esse filme, restituir e imprimir significações e sensações, e isso sem qualquer etnologismo, num acompanhamento musical rico e justo.

 

 

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