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NOS ALIVE: THE CURE EXPLODEM PRIMEIRO DIA

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O festival NOS Alive regressou mais uma vez ao Passeio Marítimo de Algés, trazendo consigo cabeças de cartaz como The Cure, The Smashing Pumpkins, Bon Iver, Ornatos Violeta e Vampire Weekend.

São seis palcos espalhados por todo o recinto (sete se contarmos com o pórtico), com inúmeras outras atividades para quem quer entreter-se entre concertos, apesar de não haver muito tempo de intervalo entre os vários concertos dos vários palcos.

Passava pouco mais das 18h00 quando os Linda Martini rasgaram os primeiros acordes e estrearam o Palco NOS nesta edição do festival. O público, ainda escasso, talvez pelo forte calor que se fazia sentir naquele momento, ia-se aproximando pouco a pouco do palco principal, sendo composto maioritariamente por fãs da banda e por quem queria estar na fila da frente, umas valentes horas depois, durante o concerto de The Cure.

“Semi Tédio dos Prazeres”, “Caretano” e “Boca de Sal” inauguraram o concerto de Linda Martini, que se estendeu entre agressivos riffs, solos e baladas.

No Palco Sagres, Sharon Van Etten trouxe o seu mais recente álbum, Remember Me Tomorrow, com os temas “Jupiter 4”, “Comeback Kid” e “No One’s Easy To Love”. A voz de Sharon, um misto de indie rock com uma pitada de country, fez o público do Palco Sagres sentir-se novamente adolescente, com “Seventeen”, o já clássico da norte-americana.

O ambiente no festival, apesar do abrasador calor, era de festa, muita festa. Havia música vinda de todas as partes, as filas para os concursos eram cada vez maiores e o verde da relva artificial do Palco NOS ia desaparecendo cada vez mais.

Entretanto, o sentido da corrente mudou e os festivaleiros dirigiram-se em massa para o palco principal do festival, onde os Weezer davam os primeiros acordes daquilo que seria praticamente uma viagem até à Califórnia dos anos 90. Tudo à mistura com uns clássicos temas da década anterior.

Pouco demorou até a banda dar ao público o que todos esperavam: “Pork and Beans” e “Beverly Hills”, dois clássicos da banda californiana. Seguiram-se uma série de covers, entre eles um medley de “Happy Together” (The Turtles) e “Longview” (Green Day), e “Take On Me”, dos a-ha.

Por entre algumas falhas no som, que não impediram a banda de continuar a tocar, houve ainda tempo para mais alguns temas e um cover do clássico dos anos 80 “Africa”, dos Toto. A banda parecia não querer despedir-se do palco, tendo prolongado a sua despedida durante vários minutos ao som de acordes soltos e tímidas palmas do público.

A fome e a coincidência com a hora de jantar não impediram o público do NOS Alive de acudir fortemente ao Palco NOS para assistir ao regresso aos palcos dos míticos Ornatos Violeta. Manel Cruz, vocalista, apresenta-se como já nos tem acostumado (de tronco nu) e guia aquela que foi uma viagem para os fãs da banda que puderam, após vários anos, voltar a ouvi-los ao vivo.

Ouviram-se todos os temas clássicos da banda, desde “Chaga” até “Capitão Romance”, passando, claro, por “Ouvi Dizer”, que teve direito a acompanhamento em uníssono por parte do público.

Houve ainda espaço para “Há de Encarnar” e “Pára-me Agora”, canções que “fariam parte do Monte Elvis, disco que iria ser gravado, mas não foi e acabou por ser”, como explicou Manel Cruz, referindo-se à compilação de inéditos e raridades publicada em 2011.

Findado o concerto e mortas as saudades, houve quem desse um salto para o Palco Sagres, onde Jorja Smith deliciava uma vasta multidão que transbordava pelos limites da tenda. A britânica trouxe o seu mais recente trabalho, Lost and Found, ao NOS Alive. A voz suave e potente de Jorja, combinada com o seu particular R&B, proporcionou uma forte concorrência aos escoceses Mogwai, que entretanto iniciaram o seu concerto no Palco NOS.

Mas a realidade é que o auge da noite chegou com a banda liderada por Robert Smith. The Cure fizeram o NOS Alive viajar durante praticamente duas horas, com um alinhamento impressionante recheado de hits da banda, que remonta para os frenéticos anos 80. O vocalista demonstra, 30 anos depois do lançamento de Disintegration, não ter perdido a sua imponente e única voz. Ah, e claro, a sua postura em palco ao longo de todo o concerto. “Shake Dog Shake”, “Fascination Street” e “A Night Like This” foram alguns dos temas tocados ao longo do concerto, mas o verdadeiro hype chegou com o encore, que trouxe consigo clássicos como “Lullaby”, “Friday I’m in Love” e “Boys Don’t Cry”.

A noite continuou para quem não estava com vontade de ir para casa, com Robyn e Hot Chip no Palco Sagres e Stereossauro, vencedor do campeonato mundial de DJ junto com DJ Ride, em 2016, no Palco NOS Clubbing.

Assim fechou o primeiro dia da edição de 2019 do NOS Alive, com momentos memoráveis e, apesar de ter contado com uma menor afluência de pessoas, um ambiente único e especial que só este festival tem.

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