Cultura

TEATRO MUNICIPAL DO PORTO E CINCO ANOS DE “MODOS DE OCUPAR”

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Pelas 19h00, a plateia já estava cheia. Podíamos distinguir vários artistas da cidade do Porto, bem como amigos que nos são conhecidos. Todos esperam pelo desvendar do mistério, por saber que peças e artistas pisarão as salas do Rivoli e do Campo Alegre até fevereiro de 2020.

Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal, sobe ao palco para nos elucidar sobre os números de espectáculos e espectadores que passaram pelos palcos do Teatro Municipal do Porto (TMP) desde que o Rivoli foi reaberto, em 2014. A sua síntese surpreendeu o público, sempre com o desejo de que este quinto ano desde seja ainda melhor do que os anteriores.

Este é o mote que faz com que o diretor artístico Tiago Guedes comece a sua apresentação. Não podendo falar de todos os espetáculos que, nesta temporada, se mostrarão ao público, Tiago Guedes decide dar destaque a 21 dos artistas contemplados na curadoria. Deste modo, o TMP cumpre um dos seus objetivos, pois “um teatro deverá ser território de diversas e constantes ocupações”.

Tiago Guedes apresenta a peça “Crash Park, la vie d’une île”, que ocupa o Rivoli nos dias 15 e 16 de novembro. Fotografia: Daniel Dias.

Este modo de ocupar começa logo em festa, e há muito para festejar: os cinco anos desde a estreia da primeira temporada preparam o rastilho, e as velas acendem-se no 88.º Aniversário do Teatro Rivoli, em janeiro de 2020.

Para começar esta grande temporada de festa, nada melhor que dois espetáculos onde o termo “festa” está no título: La Fiesta, de Israel Galván, regressa ao Rivoli para mais um espetáculo de inovação do flamenco, trazendo consigo uma viagem pela sua infância, ao passo que Party – um trabalho da companhia Estrutura, que, composta por Cátia Pinheiro e José Nunes, celebra 10 anos – é um espetáculo que junta presentes, memórias e projetos desta última década.

Neste início de temporada, o TMP também dá continuidade a diversas atividades paralelas, como ciclos de conferências (Modos de Ocupar, Do Comum e Olhares da Terra), os concertos Understage, o Foco Famílias e as Quintas de Leitura, a realização de workshops ou o acolhimento de vários festivais. O Festival Internacional De Marionetas do Porto (FIMP), a Mostra Internacional de Cinema Anti-Racista (MICAR), o Queer Porto, a Festa do Cinema Francês, o IndieJúnior Allianz, o Festival Porta-Jazz, o Fórum do Futuro, o Porto/Post/Doc e o Fantasporto, por exemplo, têm todos encontro marcado com o Rivoli e o Campo Alegre.

Das atividades, destaca-se o apoio dado a jovens artistas com a iniciativa Jovens Artistas Associados (JAA), trazendo criações de Ana Isabel Castro e da dupla Guilherme de Sousa e Pedro Azevedo. Os Vinte Minutos, na sua terceira edição, contam este ano com criações da Academia Contemporânea do Espectáculo (ACE), da Escola Superior Artística do Porto (ESAP) e da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE).

A festa continuou com a entrega de sacos de pano com a agenda da temporada, sendo que seis deles aleatoriamente teriam as assinaturas desenvolvidas pelo TMP. O público encaminhou-se para a saída, onde a festa seguiu com um concerto dos Baleia Baleia Baleia na Praça D. João I. Este modo de ocupar a cidade, esta festa, continua assim, semana a semana, até fevereiro de 2020.

Artigo da autoria de Maria Pinto.

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