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Cultura

EXPOSIÇÃO PORTUGAL INDUSTRIAL – UM DESIGN ESTRANHO

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O JUP teve a oportunidade de conversar com os dois curadores da exposição Portugal Industrial, Megan Dinius e Michel Charlot, localizada na Artes Mota Galiza, no âmbito da Porto Design Biennale. A dupla partilhou o conceito do trabalho – objetos do quotidiano suspensos ao ar – e partilha que o design português é algo subtil e elegante, o que conduz a criações que, numa primeira observação, até parecem “normais” e sem grande significado oculto.

O resultado deriva da fusão de jovens designers com indústrias que duram há gerações e tal combinação tornou possível revelar o que há de comum nos objetos (extra)ordinários. Esta é uma exposição que convida o público a encontrar e admirar a beleza do design português, no seu minimalismo e funcionalidade latentes, mesmo envolvido num ambiente industrial, cujo estereótipo realça (quase apenas) a brutalidade e a produção em massa.

A exposição nasceu com o intuito de ser um sítio de inspiração e ressignificação. Um local que leva a um novo olhar para o design industrial nacional – num contexto em que as peças fora das indústrias se tornam peças de arte. Desta forma, proporciona-se um diálogo entre o público e a  sua herança industrial, através de uma observação mais minuciosa e arrojada.

Quando perguntados quais são suas peças preferidas da exposição, Michel admite um especial gosto pela sua projeção para o ICEL – uma marca portuguesa que produz facas, especializada em facas de cozinha. Quando se dirigiram até a fábrica, propôs-se ao ICEL a ideia de desenhar um set de talheres – que ainda não está em produção (apesar de ter chegado, em primeira mão, um protótipo para se expôr). Michel acrescentou ainda que o design é 80% sobre lógica, proporções e ergonomia. Ou seja, o design que conhecemos, como forma e aparência, é “como o sal”: se colocamos um pouco, é muito bom; mas se colocarmos muito, estragamos o resultado final.

Por seu turno, Megan revela que é uma escolha difícil. Acaba por confessar que gosta bastante do engradado plástico vermelho da indústria de queijos, porque é um “objeto estranho”. A obra é feita para suportar oito queijos portugueses tradicionais, apesar de Megan ter achado que servia para estocar melões, e é original de uma empresa especializada em engradados de plástico e artigos para jardinagem.

Artigo de autoria de Giulia Pedrosa 

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