Cultura
GUILHERME GEIRINHAS COLOCOU O PORTO EM MODO VOO E OS PORTUENSES LEVARAM-NO AO CÉU
A sala estava recheada e a cumplicidade de Geirinhas com o seu público era notória. O ambiente era de café: íntimo, confortável e de muita conversa. Durante a viagem o humorista fala sobre os mais diversos assuntos, desde relações amorosas a família, cheiros, idas ao supermercado, feminismo, casamento gay, provas de vinho no Porto, entre muitos outros.
Algo diferenciador no modo de voo de Guilherme Geirinhas é a adaptação de texto que ele faz consoante a cidade em que se encontra. Ou seja, o humorista agarra em temas conhecidos e relacionados com a cidade para produzir o espetáculo, o que cria uma maior proximidade e compreensão para com o seu público. Isto mostra a consideração que Guilherme tem pelos seus fãs.
A interação com o público e a participação do mesmo foi uma das coisas que mais caracterizou o espetáculo. Como não podia deixar de ser, os portuenses fizeram-se notar com intervenções surpreendentes. A uma certa altura do espetáculo, o próprio humorista afirma: “Mas o que é que se passa com o público hoje?”.
Guilherme Geirinhas termina o espetáculo “despindo-se”, não no sentido literal, mas no sentido em que dá a conhecer as suas maiores fragilidades. A verdade é que a consideração de Geirinhas pelo seu público é grande e ele mesmo diz – “vocês são o público que me quer ver ao vivo, por isso, vou acabar o meu espetáculo com o meu diário de ansiedade.” Demonstra assim a sua gratidão e respeito por aqueles que o seguem e apoiam.
No final houve tempo para uma pequena conversa e Guilherme respondeu às questões do JUP:
O que é que achaste do público do Porto?
Isto é muito fácil aqui. Parece que dizemos isto a todos mas… Aliás, é por isso que os humoristas começam todos os espetáculos no norte – porque aqui é sempre mais fácil, vocês são mais alarves, no bom sentido. É sempre muito acolhedor.
O que é que te passa pela cabeça antes de começares um espetáculo? Tens algum ritual?
Eu sou muito supersticioso no geral, portanto acho que em palco é só uma consequência do resto. Sou mais supersticioso para ir ao Sporting do que para entrar em palco. Eu sou muito “OCD” portanto tenho muitas coisas que faço. Estar a descrevê-las aqui acho que ias ocupar as páginas todas do jornal, portanto é melhor dizer só que sou supersticioso.
A passagem do humorista pela Invicta marcou não só o público pela simpatia e entrega do humorista, como também o próprio Guilherme Geirinhas pela identidade única e desenvergonhada do povo portuense.
Artigo da autoria de Mariana Vilas Boas