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Cultura

FOALS E KASABIAN GIGANTES NO ÚLTIMO DIA DO SBSR

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O Super Bock Super Rock acorda solarengo, pronto para o último dia de Festival. Ainda durante a manhã, os campistas formavam já uma primeira fila ansiosa para Kasabian. Não há sono, nem sol, nem horas de espera que os demovam.

Às sete da tarde, a forte batida da bateria acorda os festivaleiros do Meco. “– Aquele é o Zé Pedro, é mesmo ele!”. Sim, é Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés. Juntam-se a ele Tó Trips na guitarra, Samuel Palitos na bateria, Doni Bettencourt no baixo e Paulo Franco na voz e guitarra. Juntos são os Ladrões do Tempo e sobem ao palco Super Bock em Tributo a Lou Reed.

À vez, sobem a palco os amigos: João Pedro Pais, Lena d’Água, Jorge Palma e Frankie Chavez. Depois do dueto com Eddie Vedder, Paulo Furtado – o Legendary Tigerman – junta-se a Zé Pedro. Para Tomás Wallenstein, dos Capitão Fausto, a lesão no braço não é impedimento. “Está lesionado, mas não foi ao Brasil” – diz Paulo Franco.

Os jovens estavam em minoria na plateia, ocupada pelos fãs mais veteranos do artista. Enquanto Zé Pedro e os amigos apresentam, o graffiter Miguel RAM preenchia uma tela branca também em homenagem ao cantor norteamericano. O concerto termina ficou com a reunião de todos em palco para “Walk on the Wild Side“, um dos mais esperados temas de Lou Reed.

Às 20:10h, estreia-se no Palco Antena 3 a banda vencedora do concurso de bandas organizado pela emissora. Time for T, vindos de uma carrinha de Inglaterra, conquistam rapidamente o público. Na segunda música, a plateia já ocupava grande parte do espaço. O grupo de seis portugueses caracterizam-se pela seu estilo alternativo, letras críticas e irónicas sobre a sociedade.

Ao cair do dia, Albert Hammond Jr ocupa o palco principal. O guitarrista dos The Strokes apresenta os seus temas a solo, num indie rock lembrança das suas raízes na banda americana.

Também de Nova Iorque vieram os Skaters diretamente para o Palco EDP. Às 21:10h, o concerto começa com a banda à volta do baterista, explodindo de volta para o público. A batida pesada da bateria contagia o público, visivelmente jovem e conhecedor dos temas da banda.

De volta ao Palco Super Bock, os fãs de The Kills chamam por Alison, a carismática vocalista da banda. Vindos dos EUA e da Grã-Bretanha respetivamente, Alison e Jamie demonstraram uma química contagiante em palco, apesar das suas personalidades contrastantes. O público delira com a energia e pose atrevida de Alison, num dos concertos mais apreciados da noite.

A acabar The Kills, uma massa de gente troca o palco principal pelo EDP. Os Dead Combo provocam uma das maiores enchentes no local. Tó Trips e Pedro V. Gonçalves são os protagonistas do fenómeno nacional que conquistou os portugueses com música instrumental.

A caminhada de volta ao palco Super Bock deixa-nos com Foals. O céu sem estrelas é substituido pelas luzes que projetam uma espécie de nuvens. É nesta atmosfera quase psicadélica que a banda de Oxford inicia um concerto que viria a fazer frente aos cabeças de cartaz. O vocalista Yannis Philippakis em qualquer momento esquece o contacto com o público, perdendo-se no número de vezes que se atirou, literalmente, para os fãs das primeiras filas. A adrenalina atingiu o pico, estando o terreno preparado e uma alta fasquia imposta a Kasabian.

Os senhores da noite fizeram jus ao que se esperava. Tanto no palco como na plateia, numa atuação que nunca parou. O público atendeu ao apelo do guitarrista Sergio Pizzorno e os moches reproduziram-se pela vasta massa humana que ocupava o recinto.

Entre os temas do mais recente trabalho 48:13 – título estampado no fundo do palco – não faltaram os clássicos da banda. Não faltaram temas do primeiro albúm, como “Club Foot” e “L.S.F. (Lost Souls Forever)”, a mítica “Days are Forgotten” e o single “Bumblebee”. O encore arrasa o público com “Switchblade Smiles”, “Vlad The Impaler” e “Fire”.

O concerto acaba ao fim de uma hora e vinte minutos, com Pizzorno, senhor de todo o espetáculo, junto ao público, enquanto o seu colega Tom Meighan, ainda no palco, entoava “All You Need is Love”, dos Beatles.

O Super Bock Super Rock despede-se, assim, da sua vigéssima edição. Para o ano há a promessa de voltar à Herdade do Cabeço da Flauta, com muito sol, Meco e Rock N’ Roll.