Cultura
Leitura: não é a cura, mas o melhor remédio
Independentemente de Dan Brown ter ou não previsto este inferno pandémico, certo é que vivemos um acontecimento sem precedentes, em que o confinamento domiciliário parece a única solução no combate ao COVID-19. No entanto, devemos olhar para esta clausura imposta como uma oportunidade para nos dedicarmos a hobbies antes castrados pelas rotinas stressantes da universidade e do trabalho.
Num verdadeiro ato de serviço público, a RTP disponibilizou na sua plataforma de streaming, a RTPlay, um separador #fiqueemcasa, repleto de conteúdo original e sugestões personalizadas que têm por base o arquivo virtual do canal. Um dos segmentos originais disponibilizados chama-se “Fique em casa e… leia” e consiste numa série de dez episódios curtos, de três ou quatro minutos, onde várias personalidades partilham algumas sugestões literárias, contando brevemente o porquê das suas escolhas e deixando uma breve mensagem para os espectadores nestes tempos de quarentena.
Desde clássicos como “A Ilha”, de Aldous Huxley (na voz de Cláudia Semedo), a tratados como “Profit Over People”, de Noam Chomsky (proposto por Diogo Faro) até marcos nacionais como “Crónicas de um bom malandro”, de Mário Zambujal (aconselhado por Nuno Markl).
Parece haver para todos os gostos.
A língua portuguesa é também homenageada com propostas como “Levantado do Chão”, de José Saramago (relembrado por José Luís Peixoto) e “O terrorista elegante”, de José E. Agualusa e Mia Couto (por Dino d’Santiago). Filipe Homem Fonseca deixa-nos ainda uma data de recomendações de BD e Vasco Palmeirim alguns títulos para os mais novos.
Para terminar, além de um apelo de resiliência e esperança nestes tempos conturbados aos estudantes da Academia, o JUP deixa três sugestões literárias para degustar na quarentena:
Homo Deus (Yuval Noah Harari, 2015): Uma eloquente reflexão sobre o futuro do sapiens, o temor de uma IA consciente, o culto do dataísmo e outras questões pertinentes.
Pela Estrada Fora (Jack Kerouac, 1957): Um alucinante retrato de dois amigos que querendo ver-se livres de uma sociedade doente e rotuladora, embarcam uma conturbada viagem pelos EUA marcada pelo bebop, drogas e aventura.
O Coração das Trevas (Joseph Conrad, 1902): Uma crítica ao colonialismo europeu em África, encapotada na história de um marinheiro (Marlow), contratado para resgatar Kurtz, o chefe de um posto comercial, perdido e enlouquecido na escuridão da selva do Congo.
Boas leituras!