Cultura
MEO SUDOESTE: DA BALADA DE ODELL AO DJ SET DE HARDWELL
No fim de mais uma tarde de descanso, diversão, praia e sol, os festivaleiros da Herdade da Casa Branca começam a dirigir-se ao recinto principal do Sudoeste para mais uma grande noite de concertos. Desta vez, nomes da onda pop como Ellie Goulding, John Newman e Tom Odell vêm quebrar com a corrente eletrónica da receção ao campista.
É o artista português Miguel Araújo Jorge o responsável pela abertura do Palco MEO, pelas 20h50. O vocalista e guitarrista da banda “Os Azeitonas” veio ao Sudoeste com o seu projeto a solo, na companhia de alguns dos membros do grupo. Iniciou o concerto com “Fizz Limão”, canção que o público reconheceu e fez ecoar por todo o recinto, e apresentou uma sequência das músicas que compuseram o seu álbum de estreia “Cinco Dias e Meio”. Antes de “Reader’s Digest” – interpretada originalmente por António Zambujo – e “Maridos das Outras” – hit que todos os festivaleiros sabiam de cor – apresentou-nos um cover de “Like a Rolling Stone”, tema de Bob Dylan. O concerto terminou com o primeiro single do álbum saído em abril deste ano (“Crónicas da Cidade Grande”), a “Balada Astral”.
Tom Odell é o segundo nome da noite. O cantor e compositor britânico de 22 anos trouxe ao Sudoeste ritmos mais melancólicos, equilibrados por alguns êxitos mais festivos e energéticos. “I Know” foi o êxito de abertura, ao que se seguiram outros como “Can’t Pretend” e “Grow Old With Me”. Sentado ao piano durante pouco mais de uma hora de concerto, Odell enterneceu o público pelo sentimento. Para terminar, e de olhos postos no céu, apresenta um início acústico de “Another Love”, a canção que fez o público soltar os seus corações pela voz.
Por entre focos intensos de luz e fumo, surge o carismático John Newman. “Tribute” é a canção que inicia e dá nome ao único álbum do britânico, saído no ano passado. Foi também com esta música que o concerto começou. Desde então, o público foi convidado a descolar os seus pés do mel deixado ficar por Odell. Os passos de dança e as notas prolongadas saídas da boca de Newman levaram a multidão ao rubro e até mesmo os que não sabiam as letras de cor não paravam de saltar e aplaudir. “Cheating”, “Losing Sleep” e “Not Giving In” foram algumas das canções que antecederam o grande sucesso das rádios portuguesas “Love Me Again”. Perdido na frontline, Newman deixou o público cantar alguns dos últimos refrões da música no seu microfone e foi com esta imagem de cumplicidade que abandonou o Palco MEO.
A primeira mulher a pisar o palco principal do Sudoeste foi Ellie Goulding. A britânica estreou-se em Portugal já depois da meia-noite e foi recebida pelo aplauso caloroso da generalidade dos festivaleiros. “Figure 8”, “Goodness Gracious” e “Tesselate” foram os hits do mais recente álbum (“Halcyon Days”) interpretados pela artista, que não se esqueceu também das canções que a trouxeram à ribalta como “Anything Could Happen” (com direito a uns passos de shuffling) e “Lights”. Em “Ritual” tocou os tambores e em “Guns and Horses” viu a oportunidade de mostrar como também é mestre da guitarra. Para não fugir à onda eletrónica desta edição do festival, trouxe o tema que partilha com Calvin Harris, “I Need Your Love”, e fez o público do Sudoeste mexer-se e saltar. O rol de 16 músicas termina com o êxito deste ano, “Burn”. As vozes e a energia dos festivaleiros deixaram no rosto da artista um sorriso, na hora de se despedir.
A noite termina no palco principal com mais um grande nome da música eletrónica mundial: Hardwell. O agora considerado “DJ nº1 do planeta” pela DJ Mag era o nome que mais ecoava no recinto. T-shirts, cartazes e faixas multiplicavam-se com o nome do holandês que ateou fogo ao Palco MEO enquanto apresentava o seu set com alguns dos maiores êxitos do momento. Os festivaleiros saltavam e gritavam em uníssono, enquanto se deixavam invadir pelo jogo de luzes, ritmos e sons do espetáculo. O rasto de Hardwell permaneceu no festival ainda após o encerrar do palco principal, nas colunas dos jovens que se fizeram acompanhar pela sua música até ao acampamento.
No Palco Santa Casa cantou-se e falou-se português. O MC luso-angolano NGA e o rapper portuense Jimmy P foram os entertainers deste espaço, que conquistaram pelo sucesso recente das suas mixtapes e rimas, respetivamente.
A festa iniciou-se às doze badaladas no outro novo espaço – a Tenda MOCHE Room – e prolongou-se pela madrugada. Os DJ sets de Orelha Negra, Octa Push e DJ Ride foram intercalados pelo Hip Hop, na pele de Dillaz e Dealema. É nesta área que a noite acaba para todos, fechada novamente com uma chave eletrónica.