Crítica

Ervilha no topo do bolo: Net, câmara, improvisação!

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No dia 31 de janeiro, às 18 horas, o chão tremeu diante de uma inovação no mundo do espetáculo que uniu mais de 26 pessoas em confinamento. Três dezenas de pessoas, cada uma em sua casa, ligadas por um vínculo que é indestrutível perante qualquer circunstancialismo. O que aconteceu nos 80 minutos seguintes (interrompidos por um intervalo de dez minutos ) foi uma ode à arte em que todos foram partes ativas!

O grupo” Ervilha no topo do bolo” já tinha como hábito a realização de diretos no instagram tendo a improvisação como mote. Já nesses moldes, os ilimitados caminhos do improviso eram traçados com a ajuda do público.

O que decidiram preparar no dia 31 foi algo mais coeso e estruturado , contudo, as ideias oriundas de quem assistia continuaram a calcetar o solo por onde se iam movendo.

Essa interação que a companhia tanto premeia permite que o toque quase se sinta, já que influenciar a construção de uma personagem ou o seu rumo, nos confere o poder de conformar a própria arte juntamente com os artistas e isso é voltar a ser humano, co-criador de estados e sentimentos, é voltar a estar perto.

Antes de qualquer improvisação, as regras do jogo eram explicadas pelo ator Alexandre Sá que não só introduzia a dinâmica como também explicava em que termos é que o público tinha o comando. De forma clara e simples, os jogos foram-se desdobrando em surpreendentes cenários. Quando achávamos que tudo indicava para um sentido, uma fenda abria-se no chão e sugava-nos um sorriso de quem é apanhado desprevenido.

Foi um espetáculo fluído, sem problemas técnicos e que contou com várias vozes para nos provar que no palco digital dos tempos modernos “o povo é quem mais ordena”.

Alexandre Sá, João Parreira, Marta Costa, Gisela Maria Matos e Carina Ferrão fundaram o grupo que nos provoca emoções inesperadas. A história é sempre diferente, as suas vozes também, o que não muda é apenas a certeza de que vai ser um momento em que a paixão encontra a criatividade. E como num choque inesperado, assustam-se na esquina do improviso!

Uma dose de Ervilhada a sair!

Artigo da autoria de Márcia Branco

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