Cultura

NEOPOP ARRANCA COM PAN POT A SURPREENDER

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Já passava das 18h00 quando o festival de música eletrónica de Viana do Castelo abriu as portas a mais uma edição. Após três horas de espera, os festivaleiros puderam finalmente entrar no recinto, quando o sol fazia já a sua trajetória descendente e a aragem fria convidava a um casaco. O ambiente encontrava-se ainda um pouco tímido no início comparado com o que se viria a revelar horas mais tarde.

Foi por volta das 21h00, quando já o horizonte estava manchado de laranja-fogo, que Josh Wink, um dos pioneiros do techno e house, subiu ao palco. A sua mestria na arte do djing fez subir a tensão e agitar os corpos presentes que se começavam a livrar dos arrepios. Durante a atuação do DJ natural de Philadelphia, a multidão começava a aumentar gradualmente e o ambiente começava a compor-se.

A partir das 00h30 os espaços vazios no relvado já eram escassos. As expectativas eram elevadas para as grandes estrelas do universo da música eletrónica que ainda iam apresentar a sua arte. A esta hora, os Underground Resistance, um movimento que aposta na inovação e sobretudo na qualidade da música eletrónica, começaram a explorar as potencialidades dos seus instrumentos. Os membros da Timeline, Mad Mike Banks no teclado, Jon Dixon no sintetizador, DeSean Jones no saxofone e Mark Flash no djing, revelaram o seu potencial em mixar diversos estilos, entre os quais jazz, funk e soul, experimentando o poder do som.

Segue-se John Digweed, consensualmente considerado o grande pioneiro na divulgação do progressive house. Os sons imiscuíam-se harmoniosamente e também o DJ britânico conseguiu corresponder aos desígnios de um público exigente.

Mas a maior surpresa ainda vinha a caminho. O duo germânico Pan-Pot, conhecido por cruzar techno e house, apostou nos vocais e conseguiu um set que prendeu a multidão por sensivelmente duas horas. Arrebatados com as habilidades desta dupla que tem sido responsável por revigorar a pista de dança, os festivaleiros não deram descanso ao corpo nem pouparam energia.

A última atuação da noite coube a Laurent Garnier. Mas era difícil superar a exibição dos precedentes. O DJ francês, que continua a ter como principal referência o techno, era um dos mais aguardados da noite. No entanto, ou porque o vigor se havia esgotado com Pan Pot ou porque Garnier não estava a conseguir entusiasmar os presentes, alguns festivaleiros foram gradualmente abandonando o recinto.

Para a segunda noite do festival, o cartaz é encabeçado por Jeff Mills mas também se aguarda com expectativa as atuações de Recondite Live e Richie Hawtin.

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