Cultura

O melhor do rock que se faz em Portugal contado no feminino

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Desde o seu surgimento nos anos 70 até aos dias de hoje sempre houve presença feminina no rock português. E é precisamente isso que esta exposição quer fazer ver. Aos olhos de todos os que entram no edifício da Reitoria da Universidade do Porto (antiga Faculdade de Ciências), mais precisamente na Sala Comum deste, está uma mostra com dezenas de acessórios, instrumentos e pequenas biografias sobre cada uma das personalidades devidamente homenageadas às quais aqui é feita a devida homenagem. Para além disso, é possível também apreciar este legado com os ouvidos,  uma vez que, durante a exposição, em pano de fundo, é será possível ouvir as músicas que constituem o “barulho” feito por estas mulheres.

Secções “Viver depressa, morrer tarde” e “Berrar mais alto” | Foto: Tiago Cardoso

A exposição está dividida em quatro subtemas, dentro dos quais são destacadas várias figuras icónicas da cena musical portuguesa: “Viver Depressa, Morrer Tarde”, “Berrar Mais Alto”, “Cansei de Ser Sexy”, “Sementes do Futuro”.

Na primeira presta-se homenagem às figuras maiores do rock que se afirmaram na cena musical logo no surgimento deste género em Portugal e continuam a dar cartas. Nesta secção é possível ver um vestido usado em palco por Anabela Duarte, recordar o percurso musical além fronteiras de Ana da Silva e ainda apreciar as peças plásticas e o percurso musical feito por Ondina Pires, pioneira dos movimentos punk, e do-it-yourself em terras lusas.

Peças plásticas da autoria de Ondina Pires | Foto: Tiago Cardoso

Na secção “Berrar Mais Alto” estão presentes as mulheres com nomes mais sonantes que talvez mais notoriedade tenham atingido dentro do território nacional. Decerto que nomes como Manuela Azevedo, Xana, Beatriz Rodrigues e Ana Deus podem não fazer acender nenhuma luz, mas se forem tidos em conta as bandas às quais estas fortes personalidades pertencem – : Clã, Rádio Macau, The Dirty Coal Train e Três Tristes Tigres – , a história já será diferente. Uma guitarra, um vestido, prémios, mel, cassetes, anéis e um peluche são objetos em disexposição nesta parte da mostraexposição  e que , de uma forma ou de outra, fizeram ou ainda fazem parte, em alguns casos, do percurso musical destas figuras incontornáveis do rock português.

Mel de Beatriz Rodrigues e Cassetes dos The Dirty Coal Train | Foto: Tiago Cardoso

Na terceira secção desta exposição, “Cansei de Ser Sexy”, são-nos apresentados os percursos de várias figuras do panorama musical português que não se resignaram à imagem imposta da típica frontwoman de uma banda de rock. Com este ponto de vista em mente, são destacadas neste subtema: Lena d’Água, que teve sucessos tanto recentemente, a solo, bem como nos anos 80, com os “Salada de Frutas”,; Cláudia Guerreiro, parte integrante dos Linda Martini, que desde 2003 têm abalado os ouvidos dos portugueses com a sua mistura de punk e de post-rock.; Ainda Sandra Baptista, que fez sucesso com os Sitiados com músicas como “Esta Vida de Marinheiro”; e ainda Marta Abreu, que recentemente participou no álbum Goela Hiante juntamente com Adolfo Luxúria Canibal (mais conhecido como vocalista dos Mão Morta).

Expositor relativo a Lena d’Água com várias peças da artista | Foto: Tiago Cardoso

No final, há ainda uma parte da exposição relativa aos novos talentos emergentes que estão a emergir atualmente na cena rock portuguesa. Nesta secção destacam-se os contributos musicais de Carolina Brandão, baterista e vocalista dos Sunflowers, Elsa Pires, da editora independente Bee Keeper, dos anos 90, e ainda as CRudE: MAriana Santos, Ana Clément e Dulce Moreira.

Secções “Cansei de Ser Sexy” e “As Sementes do Futuro” | Foto: Tiago Cardoso

Desde o Dia Internacional da Mulher, dia 8 de março, até ao dia 30 de setembro, esta exposição, iniciativa conjunta da Casa Comum e do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, vai estar presente no edifício da reitoria da Universidade do Porto. para toda a A comunidade portuense poderá apreciar o percurso destas personalidades importantíssimas no panorama do rock português. Pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 13:00 horas e das 14:30 às 17:30 horas e, ao sábado, das 15:00 às 18:00 horas. A entrada é gratuita.

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