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Cultura

VIAGEM GUIADA PELO UNIVERSO TAYLOR SWIFT

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Taylor Alison Swift nasceu a 13 de dezembro de 1989 na Pensilvânia. O seu nome próprio foi diretamente inspirado no apelido de James Taylor, o célebre cantautor. Estaria o destino de Swift escrito nas estrelas? Taylor, a cantautora que compõe desde os 12 anos, diria que sim.

 A cantora foi a primeira mulher a ganhar três vezes o Prémio Grammy de “Melhor Álbum do Ano”, é a artista feminina com o número mais elevado de streams no Spotify e é a pessoa com o maior número de Prémios de Vídeo do Ano dos VMAs. Detém ainda o recorde da música mais longa a chegar ao número 1 do Top da Billboard (“All Too Well (10 Minute Version) (Taylor’s Version (From the Vault)” ).

Contudo, acima de qualquer galardão e reconhecimento artístico, aquele que se considera ser o seu maior trunfo é a sua escrita. A edição britânica da revista Times chama-lhe “Bob Dylan dos nossos tempos”. Através de diversos recursos literários, figuras de estilo, métrica e verso, Taylor consegue passar ao interlocutor o que quer que queira transmitir no momento.

O seu repertório conta com canções alegres, tristes, de sucesso e infortúnio, deambulando instintivamente pelos lugares da mente com a facilidade de quem já conhece o caminho. Ler as letras com atenção torna-se indissociável da vontade de conhecer melhor Swift.

Ao representar a sua vida e aqueles que dela fazem parte, imortaliza-os, oferecendo-os, de certa forma, ao mundo. Aliás, a própria diz que a sua mente transforma a vida dos outros em “folclore”, no sentido de transmitir estas histórias e convertê-las em mitos. Quem escuta e, inevitavelmente, associa algum episódio da sua vida a uma das canções de Swift, acaba por tornar seu um pedaço do mundo de Taylor.

Nos dois álbuns surpresa de 2020, folklore e evermore, a artista explorou universos fictícios e ideias de histórias que lhe surgiram durante o confinamento. Para além da lírica complexa e floreada de referências, contamos com triângulos amorosos, estrelas de Hollywood dos anos 50 com nostalgia do que deixaram para trás, e ainda histórias ficcionais de homicídio e vingança.

Apesar de tudo, em 2019, Taylor Swift viu o seu universo artístico a desintegrar-se à sua frente, quando os masters dos seus primeiros seis álbuns (no valor de 400 milhões de euros) foram vendidos, sem a sua prévia ou livre consulta.

Chegou a ser-lhe proposto que fizesse outros 6 álbuns de forma a recuperar os anteriores um a um, mas Taylor negou e viu o trabalho de uma vida ser entregue a alguém que, anteriormente, a tinha atingido onde mais  lhe doía: a sua reputação.

Citando a própria, as suas “lágrimas fizeram ricochete” e conseguiu virar o jogo a seu favor. Tendo os direitos de composição, Taylor obteve a possibilidade de regravar os seus primeiros seis álbuns. Chamou-lhes “Taylor’s Version”e incluiu  temas inéditos.

Diz-se que este catálogo renovado irá valer mais do que o anterior, o que já se tornou evidente com o lançamento de Fearless (Taylor’s Version) e Red (Taylor’s Version). Falta ainda sair Taylor Swift, Speak Now, 1989 e Reputation.

Tudo somado, Taylor irá reconquistar o seu trabalho de forma extraordinária. Outros artistas estão a começar a seguir-lhe as pisadas, a reclamar de volta aquilo que lhes foi “roubado” e ainda abrir a discussão sobre direitos de autor e propriedade intelectual.

Para Taylor, o decrescer do valor do catálogo original relaciona-se com o conceito de Karma, um dos temas mais mencionados por Swift nos últimos anos. Não só é o nome de uma faixa de Midnights, como seria o título de um álbum “perdido” (alega-se que teria sido lançado se a infame quezília entre Swift e Kanye West, momento que foi um dos motores temáticos de Reputation, não tivesse ocorrido).Na altura, quando estava a ser atacada em todas as frentes, reuniu todas as provas de que dispunha para poder afirmar a sua inocência. Anos mais tarde a opinião pública dá-lhe razão.

Os seus fãs, os “Swifties”, que a acompanham desde antes ainda do lançamento do seu álbum de estreia, sentem que só retribuem aquilo que Taylor lhes dá. Atenta àqueles que a admiram, organizou as famosas “Secret Sessions”, onde mostrava os álbuns em 1.ª mão e interagia com os fãs um a um.

Conta ainda com a sua equipa oficial, a Taylor Nation, que muitas vezes faz de ponte de ligação entre os seus admiradores e a artista, assim como com a sua mãe, Andrea, carinhosamente apelidada de “Mama Swift” de quem é muito próxima.

Extremamente consciente e perspicaz, Swift adapta-se aos tempos. Em cada “era” sua comunica de forma diferente. Nos primórdios das redes sociais, usava o extinto myspace. Em 2014, na altura do 1989, interagia com os fãs através do Tumblr e do ainda bebé Instagram. Atualmente, na promoção do tão antecipado Midnights, interagiu, principalmente, pelo TikTok.

Foi por essa via que revelou os nomes das faixas do novo álbum, vídeo a vídeo, com uma estética  reminiscente de outras décadas. Os fãs, expectantes, tentam antecipar a sonoridade de um dos mais esperados álbuns do ano, o que não é tarefa fácil, pois as pistas são intencionalmente dispersas. Será que vai soar a música dos anos 60 ou 70? Vai ser pop? Vai ser uma mistura? A resposta vai ser descoberta, simultaneamente, pelo mundo todo.

As únicas informações de que se dispõe neste momento são o nome das faixas e os colaboradores:  contou com o produtor de longa data Jack Antonoff, assim como com “William Bowery” (pseudónimo de Joe Alwyn, com quem namora há seis anos), entre outros.

Nem Justin Vernon (“Bon Iver”), nem Aaron Dessner, dos “The National”, com quem tem colaborado em recentes anos, figuram na lista oficial. Dessner tweetou uma mensagem críptica, a dizer que nem tudo é o que parece, o que poderá significar que se antevê algo mais e de que quando achamos que já sabemos tudo, Swift arranja forma de nos surpreender, com uma última carta na manga.A artista, que já nos habituou a Easter Eggs , pensa em todos os detalhes. Aliás, sabendo que os seus fãs investigam minuciosamente todo o percurso, deixa pistas em muitas das coisas que diz, dando indícios ou fazendo, antecipadamente, referência a futuros álbuns, desconhecidos do imaginário do público, em discursos ou aparições públicas.

Esta semana, apresentou um calendário de lançamento do Midnights onde fala de uma “surpresa muito caótica”, que será revelada 3 horas depois do álbum. Diz-se que poderá ser a revelação de mais 13 faixas ou o anúncio de um documentário. Ao mesmo tempo, equaciona-se algo relacionado com a já anunciada tour. Todas as hipóteses permanecem em aberto.

Em “Daylight”, de Lover, afirma querer ser definida por aquilo de que gosta e que somos aquilo que amamos. A verificar-se isto, milhões de pessoas terão sempre um pouco de Taylor Swift. E Taylor Swift continuará o seu caminho em direção à estratosfera.

Midnights chega pelas 5 da manhã de Portugal, na sexta-feira, 21 de outubro (o mês de lançamento preferido de Taylor). Como uma flecha, promete atingir e abanar aqueles que tanto o antecipam.

 

Artigo da autoria de Francisca Costa