Cultura

Midnights: uma madrugada em claro com Taylor Swift

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Foi a 29 de agosto que Taylor Swift lançou a novidade que agitou o mundo da música: um novo álbum estava a caminho. Através de um post no Instagram, a cantora desvendou a fragilidade que revestiria o álbum. Foi, então, conhecido que Midnights teria duas partes: a primeira composta por seis músicas e a segunda por sete. De acordo com a cantora, as treze faixas representavam treze noites sem dormir, uma viagem pelo seu mundo e pela sua mente:

“This is a collection of music written in the middle of the night, a journey through terrors and sweet dreams.”

Nas semanas seguintes, Taylor foi anunciando os nomes das músicas através de vídeos no seu TikTok, mas nada mais. Não foi lançado nenhum single antes ou algo que indicasse o rumo que o álbum iria tomar. Após muita antecipação dos fãs, veio outubro e Midnights chegou a todas as lojas e plataformas digitais. É o décimo álbum de Taylor e o quinto em pouco mais de dois anos. Após toda a polémica em volta da venda dos masters dos seus primeiros seis discos, e a reviravolta com as “Taylor’s Version”, todos os olhos estavam postos na cantora.

Midnights relembra o pop puro com que Swift nos presenteou em 1989 e Reputation. Tendo abandonado o indie-folk de Folklore e Evermore, este álbum está recheado de influências de sintetizadores, baixos e, até, toques andrógenos na sua voz em duas canções (Midnight Rain e Labyrinth). Reconhecida como uma exímia compositora, as letras deste disco fizeram jus ao título. Repletas de segundos significados e insinuações,  constroem-se muito em torno de dualidades: os altos muito altos e os baixos muito baixos das suas relações amorosas, o contraste entre a “boa menina” e a “má menina” e as expectativas da sociedade emaranhadas na sua própria insegurança.

Anti-Hero é o primeiro single de Midnights e é o exemplo perfeito do quão catchy pop a artista consegue ser, enquanto nos fala sobre os seus terrores interiores e de como o seu maior inimigo é ela própria.

O álbum conta apenas com uma colaboração, na quarta faixa: Snow on the Beach, com Lana Del Rey. Talvez aqui se encontre o único ponto de deceção, já que a participação de Lana é diminuta. As expectativas que se geraram quando, num vídeo do TikTok, Taylor anunciou a colaboração foram muitas e os fãs prepararam-se para uma das melhores e mais tristes músicas de Midnights. No entanto, nesta canção apenas é ouvida uma suave voz de fundo de Del Rey em alguns versos. A harmonia não foi, por muitos, considerada um verdadeiro dueto.

Não é novidade que Taylor Swift reafirma a sua posição no mundo da música a cada álbum que lança, mas Midnights alcançou essa proeza como mais nenhum o fez. No próprio dia de lançamento, a norte-americana de 32 anos bateu o recorde da artista mais reproduzida no Spotify num só dia. Além disto, no mesmo espaço temporal, Midnights tornou-se no disco mais reproduzido no Spotify.

A incerteza de não saber o que esperar nem sempre é boa, mas no caso de Taylor Swift revelou-se, como sempre, uma agradável surpresa. Com Midnights, a artista reforçou o seu lado camaleónico e versátil, não tendo receio de voltar ao pop que já a fez tão feliz. 

Esta reinvenção, ou melhor, reflexão e inspiração no passado, pode ou não levantar o véu sobre o possível caminho a seguir no futuro por Taylor, mas uma coisa é certa: os fãs ficaram satisfeitos com o labirinto atual da anti-heroína.

Artigo da autoria de Amália Cunha

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